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O brilho de João Só no Coliseu dos Recreios: um rapaz feliz e 15 anos de canções gigantes

Depois de vários anos a inscrever o seu nome, por vezes discretamente, nos créditos de algumas das músicas mais ‘radio-friendly’ do nosso país, entre escrita, colaborações e apadrinhamento de uma nova vaga de talentos, desta vez João Só, anti-estrela rock, chamou a si as luzes e recolheu os louros dos 15 anos da sua fábrica de canções de amor, que não dispensaram o isqueiro lá no alto. Para mostrar que também há palco e um Coliseu dos Recreios repleto para os tímidos

João Só no Coliseu dos Recreios, Lisboa
Rita Carmo

A mais espontânea ovação da noite deste sábado deu-se no final do solo de guitarra em ‘While My Guitar Gently Weeps’, original dos Beatles, que João Só partilhou em palco com o seu amigo Miguel Araújo, um dos muitos convidados da noite. Este momento, sensivelmente a meio, quando subitamente todo o Coliseu dos Recreios decidiu que aplaudir sentado seria insuficiente, ajuda a contar a história do concerto mas também a carreira de um rapaz com um fascínio religioso pela turma de Liverpool que encontrou, num momento definidor para a música portuguesa, pares com a mesmíssima vontade de transformar as referências anglo-saxónicas em matéria desavergonhadamente cantada na nossa língua.