Exclusivo

Blitz

Charles Mingus até às estrelas: sete álbuns essenciais

“Changes” é o título da caixa que reúne os sete derradeiros álbuns de Charles Mingus, lançados no final dos anos 70 pela Atlantic

Charles Mingus (1922-1979) nos anos 70 das literais mudanças
Tom Copi/Getty Images

Em ‘Changes’, David Bowie abordava a ideia da mudança que a passagem do tempo impõe cantando “I watch the ripples change their size/ But never leave the stream of warm impermanence”, maneira poética de reconhecer que ainda que as vagas do tempo sejam vigorosas, forçando a transformação, no mais fundo de si existia algo de permanente. A canção adquiriu um simbolismo particular porque Bowie foi ele mesmo um artista em constante reinvenção e, ainda assim, dotado de identidade vincada. Editada em 1972, talvez ‘Changes’ tenha inspirado um outro artista, que navegava em águas musicais bem distintas: Charles Mingus. Em 1975, o contrabaixista norte-americano usou esse mesmo título para um então muito aplaudido duplo lançamento na Atlantic, selo com que tinha em 1956 editado o clássico “Pithecanthropus Erectus”. O contrato que celebrou com a casa comandada por Ahmet Ertegun foi o derradeiro da sua carreira e traduziu-se em sete álbuns lançados originalmente entre 1974 e 1981 e agora reunidos numa caixa com o título “Changes”.