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A liberdade de Sérgio Godinho: “À ‘paz, pão, habitação, saúde e educação’ temos que acrescentar ‘justiça’. Ela tem tropeçado nela própria”

Sérgio Godinho celebra o 50º aniversário da Revolução dos Cravos e do primeiro álbum que lançou em liberdade, “À Queima Roupa”. O espetáculo “Liberdade 25” está na estrada e o músico, que voltou do exílio logo a seguir ao 25 de Abril de 1974, promete “uma coisa nova” e o regresso a canções antigas

Nascido há 78 anos, Sérgio Godinho tinha 28 no 25 de Abril de 1974. Nos Coliseus de Lisboa e Porto, o espetáculo “Liberdade 25” contará com A Garota Não e Canto Nono como convidados
Rita Carmo

“Liberdade”, garante Sérgio Godinho, continua a ser a mais poderosa das palavras. “É uma palavra que tem muitos sentidos. A música ‘Liberdade’ diz que esta tem de ser posta em prática, mas também vivida quotidianamente. É a palavra que atravessa mais as minhas canções, se não enquanto palavra, pelo menos como ideia. Mas hoje sabemos que à ‘paz, pão, habitação, saúde e educação’ temos que acrescentar a justiça. Ela tem tropeçado nela própria e derrubado governos. Temos que a cuidar melhor...” Em vésperas de voltar a pisar os palcos dos Coliseus de Lisboa (quarta e quinta) e do Porto (dias 23 e 24), o homem que em 1974 atingiu o país à queima-roupa com um conjunto de canções urgentes e necessárias fala ao Expresso horas antes de descer sozinho o Chiado, em Lisboa, numa solitária arruada, para apresentar o seu novo romance, o terceiro — “Vida e Morte nas Cidades Geminadas”.