Diogo Piçarra já não é o rapaz que venceu o concurso de talentos “Ídolos”. Doze anos volvidos, o músico algarvio afirma-se como um dos nomes de proa da pop portuguesa e, ao quarto álbum, mostra ao mundo algumas das canções mais vulneráveis que tinha guardadas em si. “SNTMNTL”, ou “Sentimental”, chega uns longos cinco anos depois de “South Side Boy”, disco que viu a sua vida interrompida pela pandemia e que, segundo o que o próprio disse em conversa com o Expresso, foi mal compreendido. “Fui um bocadinho mais obscuro, se calhar demasiado. Uma ou outra música foi ouvida corretamente, outras nem tanto. Criei demasiadas expectativas e não correu assim tão bem”, defende, acrescentando que abordou “Sentimental” de outra forma, “tentei não me levar muito a sério, mas fui refinado na escolha dos sons, das letras, das palavras, das canções”. Todos os temas deste novo disco foram produzidos ou coproduzidos pelo próprio, tendo também gravado guitarra e baixo em vários deles, embora as eletrónicas desempenhem um papel de protagonismo na maior parte. “Sempre adorei música alegre com letra triste”, assume, “o meu desafio é incorporar isso com a língua portuguesa. Pela minha forma de ver a eletrónica, não pode ser uma letra qualquer, tem de ser algo mais abrangente, mais subjetivo. Se é para dançar ou para as pessoas sentirem, não pode ser uma coisa tão específica”.
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Diogo Piçarra é um homem sentimental na dança da melancolia (e a dançar como os Coldplay)
Ao quarto álbum, “SNTMNTL”, Diogo Piçarra mostra canções mais introspetivas, contando com as colaborações de Pedro Abrunhosa e Bispo, entre outros convidados