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Blitz

Imagine-se Mick Jagger a fazer isto: não dá. As histórias de Tim, a história dos Xutos e a nossa própria história na intimidade do São Jorge

Os seus versos são sabidos de cor, a sua língua coloriu a linguagem com canções como ‘Homem do Leme’, ‘Conta-me Histórias’, ‘Circo de Feras’ ou ‘À Minha Maneira’. Escrever ou não escrever (Shakespeare também passa por aqui), nunca foi a questão. No prefácio de “Milhares de Palavras”, Tim limita-se a dizer: “Escrever. Escrever para cantar.” O palco foi sempre o seu mundo, desde o dia em que foi escolhido para o orfeão da escola até este mesmo 30 de janeiro de 2024, em que o vimos, a meio de uma temporada de espetáculos, com mãos cheias de canções e de histórias

Tim no Cinema São Jorge, Lisboa
Rita Carmo

I love reading Shakespeare, atira um espectador de sotaque britânico, a meio de uma conversa alheia captada pelo repórter à porta do São Jorge, em Lisboa, onde teve lugar esta quarta-feira mais um episódio da residência “Canta-me Históras”, e tudo isto parece fazer muito sentido. Não porque Tim seja o nosso Shakespeare; o próprio, dono de um discurso oral cheio de ‘muletas’ populares, sem os floreados elisabetanos do bardo inglês, seria o primeiro a admiti-lo. E no entanto Tim é como Shakespeare.