Por cada admirador de Thom Yorke, o grande líder dos Radiohead, haverá um detrator pronto a fazer-lhe frente, mas, independentemente de o considerarmos merecedor de toda a atenção que recebe, a sua voz tornou-se uma das mais inescapáveis das últimas três décadas de história do rock. O mesmo poderá ser dito da guitarra do fiel comparsa Jonny Greenwood, cuja influência se ouve um pouco por toda a parte. Desde que uma canção intitulada ‘Creep’ se tornou, no início dos anos 1990, um hino tão grande que reverberou nas gerações seguintes, os Radiohead apostaram em percorrer um caminho arriscado e de indiscutível genialidade: por muito que “OK Computer” tenha caído como uma derrocada de pedras no charco das águas turvas do rock ‘noventeiro’, falando com pessoas de diferentes idades encontraremos um “Kid A” ou um “In Rainbows” prontos a disputar o seu lugar no campeonato dos favoritos. São álbuns que não só comprovam uma ‘endurance’ criativa fora do normal como permitiram ao grupo manter-se relevante até ao tempo presente.
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Os Smile, a outra banda dos Radiohead, estão bem e recomendam-se. E se isso quiser dizer que os Radiohead já podem voltar?
O segundo capítulo da ‘outra banda’ de Thom Yorke e Jonny Greenwood nasce de ideias desarticuladas, mas endireita-se com mestria. “Wall of Eyes”, novo tomo do grupo que os une ao baterista Tom Skinner, parece aproveitar uma liberdade criativa que chega sem o peso de expectativas. Soa a um adeus? Não necessariamente, e o grupo até volta a Portugal este ano. Os Radiohead vêm aí outra vez? Seriamente provável