Exclusivo

Blitz

Os melhores álbuns de 2023: as canções-abraço de Slow J

Na reta final de 2023, recordamos os melhores álbuns nacionais do ano para a equipa da BLITZ. Em segundo lugar está “Afro Fado”, no qual Slow J se destaca como uma das vozes mais audaciosas da sua geração e imagina novos recantos para a música feita numa “Tuga retangular”

Slow J
MadeInLx

“Afro Fado” é um álbum ambicioso, tão ambicioso que o resultado podia ter sido desastroso. Não foi, antes pelo contrário. Essa orgulhosa ambição, que não é de somenos importância num país onde ainda se joga demasiado pelo seguro, fica plasmada, desde logo, no nome que Slow J escolheu para este seu terceiro longa-duração. O músico de 31 anos carrega as suas raízes portuguesas e angolanas umas milhas mais à frente em “Afro Fado”, construindo pelo caminho, em 14 geniais canções, novos lugares de pertença para uma música que se quer portuguesa, mas ainda renega ou dá pouco valor a muito daquilo que ajuda a construir essa sua identidade. Simultaneamente, essa arrojada diretriz é contrabalançada por um intimismo comovente, nascido da forma como Slow J cria música: como reflexão sobre o que se passa na sua vida.