Blitz

Música nova para o fim de semana: a solidão urbana de António Zambujo, a magia de Dua Lipa e o regresso de Beirut

Zambujo na “Cidade” (e na redação da BLITZ!), Dua Lipa versão ‘solteira’ e as saudades de Beirut são alguns dos destaques da ‘colheita’ desta sexta-feira. E Ainda: um novo álbum do português Cabrita, novidades de Branko e uma recriação, por Cat Power, do célebre concerto de Bob Dylan em 1966

António Zambujo

“Cidade”, o nono álbum de originais de António Zambujo, é o grande destaque desta sexta-feira, 10 de outubro. Escrito na íntegra por Miguel Araújo, com quem Zambujo deu, recentemente, vários concertos esgotados em Lisboa e no Porto, “Cidade” apresenta, segundo o artista alentejano, “um cenário de solidão urbana”. Composto por 12 canções, o disco foi desvendando, esta semana, numa pequena atuação na redação da BLITZ (veja-a aqui, na íntegra), na qual António Zambujo tocou quatro das canções novas, com o pianista João Salcedo. ‘Leva-me de Mim’ é o novo single do disco que será apresentado ao vivo nos coliseus, em fevereiro.

Uma das grandes estrelas pop dos últimos anos, Dua Lipa regressa hoje às canções com ‘Houdini’, canção que retrata “a leveza dos dias de solteira”. Primeira amostra do vindouro terceiro álbum, o tema foi produzido com Kevin Parker, dos Tame Impala.

Primeiro álbum do projeto Beirut em quatro anos, “Hadsel” chega hoje às lojas e ao streaming, com selo da Pompeii Records, editora do próprio Zach Condon. Mais uma vez, o músico norte-americano escreveu e produziu a totalidade do disco, cujo título é o nome da ilha norueguesa onde se refugiou em 2019, depois de cancelar a sua digressão.

Também hoje é lançado “Umbra”, o segundo álbum de originais do músico e produtor português Cabrita. Conhecido por integrar, como saxofonista, a banda de Legendary Tigerman, entre outros projetos, Cabrita apresenta agora um disco “melancólico, nostálgico e exploratório da passagem do tempo”. Surma, NBC e Larie são convidados de um disco produzido por Rui Gaspar, dos First Breath After Coma, e lançado pela Omnichord Records de Leiria.

Sobre este disco, diz Cabrita: "Começou por ser uma reacção à rápida passagem do tempo. À perda dos nossos artistas de referência, familiares e amigos. Durante o processo de produção o foco começou a derivar mais para nós, os vivos, e as diversas emoções com que somos confrontados. Aos poucos a música foi refletindo mais como sofremos, doemos, choramos, desafiamos, recusamos, rimos, e as maneiras diferentes que temos para lidar com isto tudo, e daí, talvez crescer".

Num universo estético próximo, os Club Makumba de Tó Trips e João Doce acabam de lançar 'Maragato". O tema serve de amostra ao próximo álbum da banda, a sair no início de 2024, e remete “para momentos e memórias felizes da banda na estrada. É uma música sem tempo, nem territórios, nem barreiras - podemos estar numa noite quente nos trópicos, numa eira portuguesa numa festa de verão ou num clube noturno de uma grande metrópole.”

Quem também se prepara para lançar um novo álbum em 2024 é Branko. O músico português já revelou o título do trabalho, “Soma”, e apresenta hoje o novo single do mesmo, ‘Found My Way’, com Carla Prata. “Quando fiz a residência em agosto de 2022 para o The Jazz Cafe em Londres, convidei a Carla para atuar e, depois dessa noite marcante ficou a vontade de fazermos alguma coisa juntos", explica Branko, que atua no LAV, em Lisboa, a 18 de novembro, e no Hard Club, no Porto, a 25.

Despedimo-nos com “Cat Power Sings Dylan: The 1966 Royal Albert Hall Concert”, gravação ao vivo do concerto que a cantora-compositora Cat Power deu, em 2022, naquela sala de Londres, recriando o célebre espetáculo de Bob Dylan no Manchester Free Trade Hall, em 1966, no qual foi injuriado e acusado pelos fãs de se ter “vendido”, devido à natureza elétrica da segunda parte da atuação.