Blitz

Morte de Sara Carreira: Tony Carreira contesta atuação “miserável” do Ministério Público, Cristina Branco diz que tentou proteger a filha

A fadista Cristina Branco e o ator Ivo Lucas estão acusados de homicídio por negligência no caso da morte de Sara Carreira. Leitura da decisão em tribunal está agendada para dia 27

Sara Carreira

Começou esta quinta-feira, no Tribunal de Santarém, o debate instrutório do processo do acidente na autoestrada A1 que provocou a morte a Sara Carreira em dezembro de 2020. Presentes, estiveram dois dos arguidos, a fadista Cristina Branco e Paulo Neves, mas não os outros dois, o ator Ivo Lucas, que conduzia o carro onde seguia Sara Carreira, e Tiago Pacheco, que embateu na viatura do ator. A leitura da decisão está agendada para o próximo dia 27, às 14h.

Também presentes em tribunal, a assistir, estiveram os pais de Sara Carreira, Tony Carreira e Fernanda Antunes. “Estou aqui simplesmente para ouvir”, disse o artista à imprensa, à porta do tribunal, “dois anos passaram e estou aqui para ouvir e tentar perceber. Não venho para culpar absolutamente ninguém, porque isso não sou eu que farei se for o caso. Quem o fará será a justiça”. No final, Tony Carreira considerou a atuação do Ministério Público “simplesmente miserável”.

O representante de Tony Carreira e Fernanda Antunes reiterou a responsabilidade criminal de Paulo Neves, o homem que deu origem aos acidentes ao conduzir, sob o efeito de álcool, a menos de 30 km/h, abaixo da velocidade mínima permitida em autoestrada. O Ministério Público discorda, com a advogada de Paulo Neves, que esteve em tribunal mas não prestou declarações, a defender que se mantém a “insuficiência dos factos de crime de homicídio por negligência” e que deve responder pelo crime de condução perigosa.

Cristina Branco e Ivo Lucas estão acusados de homicídio por negligência, podendo ser condenados a penas de prisão até 3 a 5 anos. A fadista embateu contra o automóvel de Paulo Neves, defendendo que estava atenta a conduzir e que depois do embate colocou os quatro piscas mas não o triângulo na estrada porque tentava proteger a filha menor. “Perante as circunstâncias, não consegui sinalizar o acidente”, declarou, em tribunal, descrevendo que abandonou o carro com a filha, seguindo para o separador central.

O Ministério Público considera, também, que seria um “quase suicídio” se a fadista tivesse tentado colocar o triângulo na estrada, acreditando, contudo, que não seguia a uma velocidade adequada, devido à chuva e ao piso molhado, e que foi por isso que não se conseguiu desviar. A advogada de Cristina Branco pediu que esta não seja pronunciada pelo crime e defendeu que a responsabilidade é de Paulo Neves.

Quando embateu no automóvel de Cristina Branco, Ivo Lucas seguia a 130 km/h, em excesso de velocidade, portanto. A sua viatura capotou, sendo posteriormente atingida pela de Tiago Pacheco, que também seguia em excesso de velocidade. O Ministério Público acredita que o ator não tem hipótese de ser excluído da culpa da morte de Sara Carreira, com o seu advogado a pedir a não pronúncia por homicídio e apontando culpa a Paulo Neves.