“Conhecemo-nos em 1995”, começou Sergio Vega por escrever. “Em 1999 substituí [ao vivo] o saudoso Chi Cheng, que descanse em paz, e depois da sua tragédia [Chi Cheng sofreu um grave acidente de viação em 2008 e morreu cinco anos depois] convidaram-me para trabalhar com a banda. Pediram-me que trouxesse para a banda a mesma abordagem que tenho, enquanto escritor de canções e arranjador, nos Quicksand. E prometeram-me que, tal como aconteceu com o Frank [Delgado, teclista dos Deftones], a certa altura me tornaria membro oficial da banda. Trabalhei com a banda durante 12 anos e, no começo de cada álbum, perguntava-lhes se me iriam tornar membro oficial, mas só me melhoravam o contrato”, conta Sergio Vega.

“A covid foi um ponto de viragem para muitas pessoas e comecei a questionar o meu lugar na banda e o futuro que queria para a minha carreira. Comecei a precisar de algo mais estável, porque nessa altura o contrato que tinha com a banda estava cancelado. Um dia os rapazes ligaram-me por causa de uma situação interna e perguntaram-me se eu podia voar para Los Angeles para ajudá-los. Eu disse-lhes: ‘claro que sim, e depois vemos a minha situação.'”

“Os nossos managers tiveram uma conversa, mas acabaram por me oferecer o mesmo contrato. Nessa altura, percebi que não havia oportunidades de crescimento para mim, por isso declinei a oferta. E liguei aos rapazes para perceber se havia algum mal-entendido, mas não obtive resposta. Dias mais tarde, recebi um e-mail do advogado deles, dizendo que a proposta tinha sido retirada e que me desejavam o melhor. Por isso, saí da banda no começo do ano passado e desde então tenho estado concentrado na minha banda, os Quicksand, além de estar a trabalhar como produtor e autor para outros artistas.”

Sergio Vega diz ainda que quis esclarecer o sucedido, por ter havido boatos de que se iria retirar a música. “Por respeito às pessoas que, nos últimos dois anos, guardaram os bilhetes para esta digressão, e por todas as pessoas que apoiam a banda, achei por bem esclarecer a situação”, diz, enviando amor para “os incríveis fãs dos Deftones, que sempre nos apoiaram nos bons e nos maus momentos. Gosto muito de todos vós.”

“Por último, obrigado aos Deftones. Quero que saibam que apreciei todos os anos que passámos juntos, a escrever, a tocar ao vivo, a entrar nos vossos mundos. Aprendi muito com todos vós. Quando me abriram as portas da banda, ofereceram-me uma nova forma de paixão pela música que levarei comigo. Mudaram realmente a minha vida.”