Autárquicas 2017

Passos Coelho admite sair da liderança

Resultados abaixo das piores previsões obriga Passos a uma "reflexão pessoal" sobre o seu futuro político. Não se demite, mas vai ponderar se se recandidata. Sair "é uma hipótese, com certeza"

Luís Barra

Pedro Passos Coelho admite deixar a liderança do PSD, depois do pior resultado autárquico da história do partido. Numa declaração ao fim da noite, quando já era óbvio que o PS tem um resultado histórico pela positiva, e o PSD fica ainda abaixo do que conseguiu em 2013, Passos anunciou que vai fazer uma "reflexão pessoal" sobre o seu futuro político. Não se recandidatar nas próximas diretas "é uma hipótese, com certeza".

"Não gosto de fugir às minhas responsabilidades", afirmou Passos, apesar de ter passado toda a campanha a jurar que não retiraria conclusões nacionais do resultado autárquico, nem estas eleições seriam razão para se "por ao fresco". Mas, com menos câmaras do que em 2013, e todos os indicadores abaixo das piores previsões das últimas semanas, "evidentemente há sempre leituras e responsabilidades nacionais".

Passos garante que, formalmente, vai cumprir a sua palavra de não se demitir, mas, estando em final de mandato, poderá sair à mesma, não se recandidatando. Há Conselho Nacional na terça-feira, mas o ainda líder laranja não esclareceu se terá uma resposta para dar aos conselheiros - muitos dos quais, sabe o Expresso, se preparam para exigir a sua saída de cena. "Comunicarei a minha reflexão logo que for oportuno, e não costumo demorar muito tempo", foi a única resposta que deu sobre os seus timings.

Questionado sobre a possibilidade de precipitar os calendários, para fazer diretas e congresso mais cedo do que estava previsto, Passos recusou. "O calendário natural é o calendário adequado".