Fundos de investimento

Títulos de dívida puxam pelos fundos de pensões nacionais

A classe de obrigações foi a responsável pela subida da rendibilidade dos fundos de pensões portugueses no mês de Agosto.

Ana Pimentel (www.expresso.pt)

Depois de terem subido 1,8% em julho, os fundos de pensões portugueses voltaram a brindar os aforradores com uma subida de 0,5%, em agosto. Desde o início do ano, já renderam 1,6%, mais duas décimas do que foi apurado no mês anterior. Depois de três meses de más notícias, os fundos de pensões portugueses permanecem em terreno positivo.

Ao contrário do que se verificou em julho, a classe de ativos que mais valorizou foi a das obrigações: 1,75%. Desde que 2010 começou, os valores são outros: 4,5%. As obrigações Taxa Fixa Euro renderam 2,4% em Agosto, sendo que as Taxa Variável Euro se ficaram pelos 0,4%. As outras obrigações - Não Euro atingiram os 1,7% no último mês, mas foram as que mais renderam desde que o início do ano: 6,6%. Depois, seguem-se as obrigações de Taxa Fixa (6,2%) e as de taxa variável (1,2%).

Apesar de em julho as ações terem subido 5,8%, no mês passado a rendibilidade caiu para - 2,7%. As ações europeias renderam -2,1%, enquanto as outras estrangeiras tiveram uma queda maior: -3,8%. O cenário é semelhante na rendibilidade anualizada. Em oito meses, as ações europeias renderam -2,9% e as outras ações estrangeiras renderam -3,8%. No total, a rendibilidade desta classe soma -3,6%.

Abrandamento norte-americano

"A performance do mercado acionista foi negativa em Agosto, essencialmente devido aos receios em torno do abrandamento económico nos EUA", explica a consultora Mercer, em comunicado. O aumento do desemprego e o facto do rendimento das famílias ter crescido menos do que o esperado também contribuiu para uma maior aversão ao risco dos investidores.

O mercado de taxa fixa é a maior componente de investimento das carteiras dos fundos de pensões portugueses. No último mês, beneficiou do aumento da aversão ao risco, funcionando como mercado de refúgio. "Este mercado apresentou, em Agosto, valorizações extremas para todas as maturidades e quedas nas yield", diz o comunicado. A yield das obrigações de dívida privada com qualidade de crédito AA e maturidade superior a 10 anos, índice de referencia para as taxas de desconto dos fundos de pensões, era de 3,7% no final do mês. Em julho, era de 4,4%.

Financiar os planos de reforma dos portugueses. É este o objetivo dos fundos de pensões portugueses. Estes patrimónios autónomos podem ser abertos ou fechados, sendo que os primeiros permitem a adesão individual como os Planos Poupança Reforma/Educação e os Planos Poupança Acções, quando constituídos sob a forma de fundos de pensões. Os fechados dizem respeito apenas a um associado ou quando se verifica que existe um elo de natureza empresarial, associativo, profissional ou social.

O fundo de pensões aberto gerido em Portugal mais lucrativo dos últimos 5 anos é o Espírito Santo Multireforma, com uma rendibilidade anualizada de 3,66%, mais 0,25% do que havia sido registado em julho. Já o Espírito Santo Multireforma Plus rendeu 9,40% nos últimos 12 meses, menos 0,64% do que no mês anterior. Apesar de em julho a rendibilidade dos últimos 12 meses do F.P. Aberto Multireforma Acções ter sido de 14,84%, no mês passado desceu para 4,14%. Conheça os fundos de pensões em actividade na página da Associação Portuguesa de Fundos de Investimento, Pensões e Patrimónios (APFIPP).