Ativistas do Climáximo pintaram de vermelho a sede da EDP e escreveram a frase “Fechar centrais de gás” na ponte do museu MAAT, em Lisboa, neste domingo de manhã, enquanto se realiza a Meia Maratona da EDP. Segundo o movimento, duas pessoas “foram detidas por tirarem fotos à ponte”.
Em comunicado, o coletivo pela justiça climática adianta que duas apoiantes que se encontravam no passeio público “foram inicialmente abordadas por uma agente da polícia à paisana, que as quis identificar sem justificação”. Depois foram revistadas, “apreenderam-lhes os telemóveis e os sapatos” e foram “detidas por suspeita ao crime de dano”, acrescenta o movimento.
Contactado pela agência Lusa, o Comando Metropolitano de Lisboa da Polícia de Segurança Pública (PSP) disse não ter conhecimento do caso. O Climáximo fala num “atentado à liberdade” e refere que as duas apoiantes foram detidas na esquadra da 26.ª divisão de Belém.
Na ação desta manhã, o coletivo acusou a EDP de “práticas de greenwashing”, em português ‘lavagem verde’ (falsa apropriação de práticas amigas do ambiente através de estratégias de marketing e publicidade), defendendo “o encerramento das centrais de produção de eletricidade a gás até ao final deste ano”.
A porta-voz desta ação, Sara Gaspar, bióloga de 30 anos, disse que “a apoderação de espaços culturais e desportivos e a publicidade não apagam a realidade”. “A EDP fechou a central a carvão sem garantir as condições de justiça e de trabalho para os trabalhadores ao mesmo tempo que bloqueou uma real transição energética”, afirmou, citada em comunicado.
O Climáximo refere ainda que a EDP é “responsável” por Portugal estar “preso à utilização de gás ‘natural’”. Além do encerramento das centrais de produção de eletricidade através de gás, os ativistas defendem a “adaptação da rede elétrica e um mix energético renovável que permita 100% de eletricidade produzida através de energia renovável em Portugal, sem deixar os trabalhadores para trás”.
Artigo atualizado com a informação da detenção