Três estudantes foram detidas durante a tarde desta quarta-feira durante um protesto climático na Faculdade de Psicologia da Universidade de Lisboa (FPUL).
De acordo com o comunicado da Greve Climática Estudantil de Lisboa, os ativistas realizavam uma palestra que reuniu quase 80 pessoas. O movimento acrescenta que duas das detidas estavam a dar a palestra, enquanto a terceira estava a assistir.
Nas imagens partilhadas no canal de Telegram “Não ao Fóssil” é visível o forte aparato policial no local.
Contactada pelo Expresso, a PSP confirma que foi notificada pelo reitor para a realização de uma manifestação não autorizada. A patrulha de dois elementos que se deslocou ao local inicialmente pediu reforços. Segundo fonte oficial, quinze dos ativistas não obedeceram. Três foram detidas e levadas para a esquadra para identificação.
Este é o terceiro dia da onda de manifestações estudantis convocadas pela Greve Climática Estudantil de Lisboa. Os estudantes pedem o fim da utilização de combustíveis fósseis até 2030 e eletricidade 100% renovável até 2025.
“Nesta semana está a normalizar-se uma repressão da luta estudantil de uma dimensão que não se via há décadas. Como é possível estudantes que apenas estão a tentar lutar pelo seu futuro serem detidas?”, critica André Matias, porta-voz do núcleo pelo fim ao fóssil da FPUL, em comunicado. “Este é um precedente assustador no que toca à repressão da liberdade de expressão e direito à manifestação”.
Esta não foi a primeira detenção realizada nesta onda de protestos. Esta terça-feira, seis ativistas foram detidas durante ocupação da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (FCSH) da Universidade Nova de Lisboa. No último ao são já 30 as detenções de ativistas climáticos.