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Todos os dias são descarregadas apps de saúde e bem estar, mas só duas estão certificadas em Portugal

Sem regulação ou certificação, o que garante que os dados de saúde recolhidos por uma app de um relógio inteligente são fiáveis? Nas maiores lojas de aplicações, não há referências às certificações CE que deveriam ser obrigatórias, mas alguns médicos já aconselham o uso de apps que dão pistas úteis sobre o estado de saúde dos pacientes no quotidiano. Estudo recomenda nova regulação e aponta como solução a comparticipação de terapias digitais

As aplicações de saúde e bem-estar têm vindo a ser comparticipadas na Bélgica, França e Alemanha. Em Portugal, há apenas duas apps compaticipadas
Carol Yepes

Surgiu discreta. Corria o ano de 2022 quando a Telemonit SNS 24 chegou às lojas de aplicações de telemóveis para garantir a monitorização remota de oxigénio no sangue, pressão arterial e glicémia de doentes seguidos pelo Sistema Nacional de Saúde. O lançamento valeu pela conveniência de monitorizar remotamente pacientes no dia-a-dia, e poucos se deram conta do seu carácter quase inédito: antes desta app, apenas o medidor de glucose FreeStyle Glucose tinha garantido, em 2017, certificação e possibilidade de comparticipação das para operar como terapia digital. Mais nenhuma das 350 mil apps de saúde e bem estar que estão disponíveis, a nível mundial, nas várias lojas de software para telemóveis e relógios inteligentes alcançou tal aprovação em Portugal. Para Marta Passadouro, gestora de Ecossistema do instituto de empreendedorismo EIT Health Innostars, é hora de mudar as regras. Até porque é a saúde do paciente que está em causa – e a comparticipação destas ferramentas está longe de ser regra.