Tecnologia

Pais portugueses falam pouco com os filhos sobre segurança online e só um terço usa ferramentas de controlo parental, revela estudo

Em Portugal, por norma, os pais não falam com os filhos sobre segurança online e, quando o fazem, é reação a mudanças comportamentais ou por saberem de notícias “alarmantes”, revela estudo do TikTok em conjunto com a YouGov. Apesar disso, quase 80% dos jovens manifestam “confiança na sua capacidade de navegar em segurança”

David Espejo / Getty Images

Apenas 33% das famílias em Portugal utilizam ferramentas de controlo parental online, revela um estudo realizado em parceria por TikTok e YouGov. De acordo com um comunicado enviado às redações, o estudo envolveu mais de “12.000 adolescentes (com idades entre os 13 e os 17 anos) e pais de adolescentes de todo o mundo”.

Os dados apresentados no estudo demonstram que a Itália (32%), o Reino Unido (30%), os Países Baixos (30%), a França (29%) e a Alemanha (27%) têm menos famílias do que Portugal a recorrer às ferramentas de controlo parental. Acima de Portugal, encontram-se o México (41%), os Estados Unidos da América (40%), o Brasil (37%) e a Espanha (36%).

Este estudo surge na mesma altura em que o TikTok lançou a iniciativa “Youth Council” — que pretende reforçar a forma como a aplicação é desenvolvida e que a mesma seja “segura para os adolescentes”.

O projeto consiste num comité de jovens composto por “15 adolescentes com idades entre os 15 e os 18 anos”, representantes de várias comunidades e países diferentes, incluindo Estados Unidos, Reino Unido, Brasil, Indonésia, Irlanda, Quénia, México e Marrocos. Foi desenvolvido em conjunto com a agência de segurança online Praesidio Safeguarding e tem como objetivo aconselhar o TikTok em matérias relacionadas com o bem-estar dos adolescentes e a inclusão, apoiando a aplicação para que esta “continue a ser um espaço seguro e acessível para os jovens se mostrarem como são”.

Utilização de ferramentas de controlo parental


O estudo revela ainda que a maioria dos adolescentes portugueses (68%) considera que as plataformas online devem criar fóruns de decisão inclusivos para os jovens. Os pais desses jovens concordam, embora com uma percentagem ligeiramente mais baixa (63%). No entanto, quase 80% dos jovens (77%) manifestam “confiança na sua capacidade de navegar em segurança”.

Apenas 25% dos pais portugueses falam sobre segurança quando os filhos aderem a nova plataforma

um em cada quatro portugueses falam com os filhos sobre segurança online quando estes “entram numa nova plataforma digital”. De acordo com o estudo, a “conversa em torno da segurança online entre pais e os seus filhos adolescentes é complexa e frequentemente reativa”, uma vez que grande parte (65%) dos pais só fala com o filho sobre o tema quando observa uma mudança de humor ou de comportamento do seu filho ou então “na sequência de incidentes preocupantes (51%)”. Também 51% dos pais falam com filhos quando se deparam com “notícias alarmantes relacionadas com plataformas online”.

Situações em que os pais falam com os filhos sobre seguraça online


Como estratégia para “garantir um ambiente digital seguro”, a estratégia mais utilizada é seguir os filhos nas redes sociais (43%). Além disso, 34% dos adolescentes revelam que “os pais pedem para rever os seus perfis nas redes sociais, feeds ou mensagens diretas” e outros 34% dizem que os pais têm acesso aos seus códigos de telemóvel. Só 30% dos jovens têm limites de tempo de ecrã.

Estratégias utilizadas para garantir um "ambiente digital seguro"


Além disso, o estudo revela que “número significativo de pais portugueses considera que a cobertura do tema da segurança online por professores ou escolas (44%) ou a orientação de especialistas sobre o assunto (45%) os ajudaria a compreendê-lo melhor”. Já os adolescentes consideram que “o aconselhamento de especialistas (38%) e a comunicação direta das plataformas de redes sociais (35%) ajudariam os pais nesta matéria”.