Tecnologia

Google anuncia pesquisas com círculos

A gigante da Internet confirma que a pesquisa de rostos de pessoas a partir da app Lens ainda terá de esperar para poder estrear-se na Europa

Á Google avançou com uma nova funcionalidade que permite fazer pesquisas a partir de imagens. Na imagem acima, são os óculo usados pelo cão que motivam a pesquisa
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O serviço chama-se ‘circle to search’ e a avaliar pela sonoridade é bem possível que acabe por ser adotado pelos internautas – até que surjam as traduções para os vários países depois da estreia mundial que a Google anunciou para o dia 31 de janeiro.

Em português a tradução é “circundar para pesquisar”. O nome diz quase tudo: com a ponta do dedo qualquer utilizador pode circundar algo a meio de uma foto, um vídeo ou um texto que surja num ecrã de telemóvel e, numa fração de segundo, tem respostas encontradas na Internet sobre aquilo que recortou virtualmente, sem ter de levar a imagem para uma app específica.

Pode ser uma camisola que se pretende comprar, um monumento que justifica mais dados e contexto ou apenas um qualquer objeto que ninguém sabe bem para que serve. A nova ferramenta vai estrear sem custos, mas está, por enquanto, exclusiva para telemóveis Pixel 8, Pixel 8 Pro e os novos telemóveis da família Galaxy S24, da Samsung.

“Ao longo do tempo vamos alargar este tipo de pesquisas a todo o tipo de pessoas, , mas temos de garantir que é seguro e útil”, anunciou Alistair Pott, diretor da Google para as Apps de pesquisas no Android, durante uma videoconferência com jornalistas de vários pontos do mundo.

Os responsáveis da Google admitiram o interesse em expandir os círculos de busca a diferentes dispositivos, mas não se comprometeram nem com datas nem com marcas. E esse não foi o único anúncio que ficou a meio caminho: nos Estados Unidos, a gigante da Internet acaba de estrear pesquisas que recorrem a tecnologias de Inteligência Artificial Generativa, que permitem refinar os resultados obtidos a partir de imagens captadas pela app Lens, da Google.

As pesquisas por imagem dão resultados sem ser necessário sair da página em que se encontra. Neste caso, são as respostas à imagem dos óuclos usados pelo cão que dá as respostas
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Desta forma, a qualquer momento, o utilizador pode apontar a câmara do telemóvel a um objeto ou animal e saber mais sobre o que fotografou. Esta segunda novidade ainda não tem data para chegar à Europa ou outros pontos do mundo. Por enquanto, esse serviço apenas está disponível para dispositivos com sistemas operativos Android.

“Temos o objetivo de levar este serviço para outras regiões, mas sabemos que algumas dessas regiões são mais exigentes que outras”, respondeu Lou Wang, Diretor e Gestor de Produto da Google.

Para acautelar usos abusivos, a Google vai aplicar algumas limitações às pesquisas efetuadas com o Lens. Segundo a marca as pesquisas efetuadas com imagens não recorrem “a dados biométricos de reconhecimento facial”, ainda que possam dar como resultados de pesquisa rostos que coincidem em termos de imagem e que estão disponíveis publicamente. Deste modo, uma fotografia usada para a pesquisa poderá eventualmente encaminhar para a foto de perfil de uma rede social que se encontra público para toda a gente.

Com estas restrições, a Google pretende evitar abusos que permitiriam identificar rapidamente pessoas fotografadas em domínio público – mas tendo em conta que ainda não há data para estreia. não será de estranhar que a Google esteja a trabalhar numa adaptação que garanta que o serviço pode estrear também na UE.

De notar que estas restrições apenas se aplicam a pessoas que não são famosas. Artistas, atletas e políticos e demais celebridades já apresentam resultados muito próximos das imagens usadas para a pesquisa.

Nos exemplos revelados em conferência de imprensa os responsáveis da Google, que pertence ao grupo Alphabet, mostraram como usam tecnologias de inteligência artificial permitem adicionar questões a imagens. E com isso não só conseguem descobrir o nome de uma planta que eventualmente fotografem no jardim, como através das questões que vão inserindo podem descobrir qual o momento em que floresce ou quais as necessidades de rega. Os resultados das pesquisas são publicados com os endereços que serviram de fonte de informação.

As duas novas ferramentas têm em vista catapultar o mais famoso dos motores de busca para o denominado “seamless search” que tem em vista pesquisas ágeis, que permitem fazer procurar informação sem que o internauta tenha de sair da página virtual em que se encontra.

Apesar de poderem recorrer a Inteligência Artificial Generativa, as duas novas ferramentas não deverão substituir o Bard, com que a Google tem vindo a concorrer com o ChatGPT, da OpenAi, e o CoPilot, da Microsoft.

“As pesquisas e o Bard são produtos diferentes”, referiram os responsáveis da Google lembrando que as pesquisas apenas pretendem facilitar a recolha de informação, enquanto o Bard é “um companheiro que ajuda a fazer o trabalho”.

Os responsáveis da líder das pesquisas admitiram que o modelo de linguagem Gemini, que foi desenvolvido pela DeepMind (detida pela Google), não foi usado nas duas ferramentas agora anunciadas, mas deverá fazer a estreia em breve.

Depois da conferência de imprensa, a Google fez saber que o este modelo de linguagem da DeepMind vai começar a ser usado nos telemóveis Galaxy S24, da Samsung. Entre as novidades figura a funcionalidade de Magic Compose que permite responder a mensagens de forma automatizada com recursos multimédia. Destaque ainda para o facto de o Android Auto, usado nos automóveis, vai poder fazer resumos de textos.