Tecnologia

António Damásio, Arlindo Oliveira e Virgínia Dignum apontam caminhos para a Inteligência Artificial este sábado

O Center for Responsible AI Forum 2023 decorre este sábado, 25 de novembro, na Fundação Champalimaud e é transmitido pelo Expresso através da Internet

O neurocientista António Damásio vem a Lisboa este sábado participar no Center for Responsible AI Forum 2023
FOTO LUÍS BARRA

A inteligência implica uma consciência? A questão vai voltar a ser abordada durante o Responsible AI Forum 2023, num debate que junta o neurocientista António Damásio e Arlindo Oliveira, coordenador da Estratégia Nacional de Inteligência Artificial, e com a moderação de Francisco Pinto Balsemão, fundador do Expresso e histórico líder do grupo Impresa, e Ana Paiva, especialista em Inteligência Artificial (IA) do Instituto Superior Técnico. O debate, organizado pelo Centro de Inteligência Artificial Responsável, começa na Fundação Champalimaud ao início da tarde deste sábado, dia 25 de novembro.

“É um evento que tem como objetivo dar a conhecer novos produtos que estão a ser desenvolvidos pelas empresas que fazem parte do Centro de Inteligência Artificial Responsável, ao mesmo tempo que mostra um pouco do que pode vir a ser o futuro da IA”, explica Paulo Dimas, vice-presidente da empresa Unbabel, que lidera o consórcio conhecido como Centro de Inteligência Artificial Responsável.

A conferência tem entrada livre, mas exige registo prévio no endereço da organização e está limitada aos lugares vagos existentes. O evento é transmitido na Internet. Basta clicar no link da frase anterior, pois o acesso é livre.

O consórcio Centro de Inteligência Artificial Responsável foi lançado depois de obter financiamento Programa de Recuperação e Resiliência (PRR) com o objetivo de desenvolver produtos que são uma referência em termos de boas práticas no que diz respeito à IA. No total, o consórcio conta aplicar 78 milhões de euros no desenvolvimento de novos produtos.

Paulo Dimas dá como exemplos a equidade, a explicabilidade, a confiança e privacidade como os pilares que os algoritmos que dão inteligência às máquinas terão de pôr em prática, a fim de evitar danos para a sociedade.

E é precisamente para vincar a importância de desenvolver uma IA responsável que o evento começa com a preleção da investigadora portuguesa Virgínia Dignum, que leciona na Universidade de Umeå, na Suécia, e faz parte do Conselho Consultivo de Alto Nível para a Inteligência Artificial das Nações Unidas.

Depois segue-se a demonstração de 10 produtos que já começaram a ser desenvolvidos por dez empresas de nova geração em parceria com sete centros de investigação. No desfile de produtos inovadores – e responsáveis – é possível encontrar uma plataforma de reabilitação motora que está dotada de vários sensores e que é liderada pela Sword Health, bem como o equipamento Halo, desenvolvido pela Unbabel para comunicar com pessoas que estejam privadas de comunicar pela voz ou pelos gestos, ou ainda as tecnologias que têm vindo a ser desenvolvidas pela Emotai com o objetivo de levar os utilizadores a libertarem algum do stresse que os acompanha.

O assistente virtual Support Genius, que a Automaise desenvolveu para o apoio a turistas, e o reconhecimento biométrico YooniK RID, que a Youverse criou tendo em conta a privacidade, são outros dos produtos que usam IA que vão estar em destaque.

Para o final do encontro prevê-se um potencial contraste de perspetivas entre quem dedicou a vida a trabalhar com a inteligência humana e quem fez carreira a tentar dar capacidade de “entendimento” e processamento de dados às máquinas.

“António Damásio vem da área das neurociências, que, por sua vez, tem servido de inspiração ao desenvolvimento da IA. Arlindo de Oliveira, pela carreira que tem feito na computação, pode funcionar como contraponto a António Damásio”, conclui Paulo Dimas.

Resta aos humanos pôr a nova inteligência a funcionar.