Um dia bastará carregar numa tecla para ter um livro à medida. E esse dia pode não estar longe. “Os humanos não escrevem com a rapidez do ChatGPT, mas o ChatGPT escreve livros piores que os melhores autores. Em contrapartida, pode ser tão bom ou melhor que muitas pessoas que sabem escrever”, descreve Hugo Gonçalo Oliveira, investigador do Centro de Informática de Sistemas da Universidade de Coimbra (CISUC). Com trabalho feito com poetas virtuais, o investigador admite que a inteligência artificial (IA) gera inconsistências que um especialista consegue detetar em livros técnicos. “Um romance é mais aberto, e as inconsistências dependem mais do estilo”, admite.
No início de 2023, a Amazon criou uma subsecção de livros criados por ChatGPT — mas esse espaço só serve quando o algoritmo é assumido. Depois de a Reuters contabilizar 200 livros produzidos por IA na maior ciberlivraria do mundo, surgiram queixas da autora Jane Friedman, que descobriu que as suas obras foram usadas para alimentar a IA na criação de novos títulos que, além de usurparem o nome, têm os mesmos conteúdos.