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Eis a Threads, a aposta do criador do Facebook para competir com o Twitter, de Elon Musk: é mais o que os une do que aquilo que os separa

É o mais recente ‘round’ do duelo de gigantes entre Mark Zuckerberg e Elon Musk. A nova rede social da Meta será lançada esta quinta-feira e apresenta uma interface idêntica à do Twitter. A principal diferença é o facto de permitir posts até 500 caracteres, bem mais do que os 280 do passarinho azul. Além disso, não terá um limite diário para leitura de publicações, ao contrário do que acaba de entrar em vigor no Twitter

A interface da "Threads" será muito semelhante à do Twitter, mas vai permitir publicações com até 500 caracteres
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Depois de Elon Musk ter anunciado este sábado que o Twitter passa a ter limites diários para leitura de publicações, a Meta – empresa que detém o Facebook, o Instagram e o WhatsApp – não perdeu tempo e prepara-se para lançar esta quinta-feira, dia 6, uma nova plataforma focada em microblog. Chama-se Threads e pretende concorrer diretamente com o Twitter. A app já se encontra disponível para pré-encomenda na App Store.

Sobre a Threads, sabe-se para já que será uma “aplicação do Instagram”, tal como se pode ler no texto de apresentação disponível na App Store. “A Threads é onde as comunidades se reúnem para discutir tudo, desde os tópicos que lhe interessam hoje até ao que serão tendência amanhã”, lê-se na sinopse.

“Seja qual for o seu interesse, pode seguir e ligar-se diretamente aos seus criadores favoritos e a outros que gostam das mesmas coisas - ou criar os seus próprios seguidores fiéis para partilhar as suas ideias, opiniões e criatividade com o mundo”, anuncia a Meta.

A utilização da Threads é gratuita e não há indicação de qualquer limite diário para a leitura de publicações. No entanto, tudo tem um preço, ainda que menos evidente, pois a Meta irá recolher dados pessoais como a localização e o histórico de navegação, tal como acontece no Facebook e no Instagram.

As imagens de pré-visualização divulgadas revelam uma interface muito semelhante à do Twitter, com as típicas opções de gostar, comentar ou partilhar uma publicação. Alguns pormenores fazem também lembrar a identidade gráfica do Instagram. Ou seja, no fundo, a Meta parece apostar numa plataforma que combina elementos de duas das maiores redes sociais já existentes.

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Para efetuar registo nesta nova plataforma, será necessário associar o perfil já existente no Instagram. O serviço destaca-se por ser uma rede social descentralizada, em que todos os dados dos utilizadores não ficam armazenados num único servidor. Além disso, cada post terá um limite máximo de 500 caracteres, bem acima dos 280 permitidos pelo Twitter.

Uma vez que a Threads estará associada ao Instagram, os utilizadores não terão de criar uma comunidade de raiz, pois poderão importar os seus contactos diretamente para a nova plataforma.

A aplicação permitirá também gerir as definições de privacidade de cada publicação: os posts podem ser partilhados publicamente, apenas com seguidores ou com aqueles que são mencionados.

O logótipo também já foi revelado, embora a Meta ainda não tenha feito um anúncio oficial da Threads.

Threads foi dado a conhecer no Twitter

Ironicamente, as primeiras informações sobre a Threads vazaram primeiramente no Twitter, através de várias mensagens partilhadas pelo especialista em aplicações Alessandro Paluzzi que partilhou alguns ‘leaks’.

Apesar de existirem atualmente alternativas ao Twitter, como a plataforma Mastodon, a verdade é que o monopólio das redes sociais de textos curtos continua a estar nas mãos do volátil e imprevisível Elon Musk, que tanta polémica e descontentamento tem gerado com as metamorfoses que tem efetuado no passarinho azul. Mas, agora, a concorrência da Threads deverá ser pesada, até porque Mark Zuckerberg e Elon Musk estão numa guerra comercial declarada.

As primeiras notícias de que a Meta estaria a desenvolver uma alternativa para competir com o Twitter surgiram em março e, logo na altura, a empresa reconheceu que não queria inventar a roda. O objetivo era simples: replicar a fórmula de sucesso do Twitter, com uma interface idêntica.

Ao longo destes meses de desenvolvimento, a aplicação foi inicialmente batizada com o nome provisório de P92 e, mais tarde, passou a ser conhecida como “Barcelona”.