Segurança

Margarida Blasco vai falar com PM e ministro das Finanças depois de reunião fracassada com polícias

Ministra da administração interna não conseguiu convencer os sindicatos das polícias com a proposta de aumento de 300 euros para o subsídio de risco

Margarida Blasco, ministra da Administração Interna
José Sena Goulão

Depois da reunião fracassada com os sindicatos das polícias no Ministério da Administração Interna, na última noite, Margarida Blasco vai falar com o primeiro-ministro Luís Montenegro e o ministro das Finanças Joaquim Miranda Sarmento. A informação tinha sido avançada pela RTP e foi confirmada pela Sic e pelo Expresso junto de fonte oficial.

A conversa deverá ser ditada pelo que aconteceu na reunião entre Blasco e as polícias na terça-feira, numa altura em que o Governo subiu os valores das propostas para o referido subsídio para 300 euros na componente fixa.

Na última noite, a plataforma sindical que inclui PSP e GNR não chegou a um acordo com a ministra. O Governo propôs um aumento de 300 euros no suplemento de risco da PSP e GNR, valor a ser pago de forma faseada até 2026, passando o suplemento dos atuais 100 para 400 euros. Mas os sindicatos abandonaram as negociações e a reunião terminou sem acordo.

“Não houve acordo. Foi uma longa maratona. Houve uma proposta do MAI que não acompanhamos”, disse aos jornalistas o porta-voz da plataforma dos sindicatos da PSP e associações da GNR, Bruno Pereira, no final da reunião com a ministra da Administração Interna. Para o também presidente da Sindicato Nacional dos Oficiais de Polícia, o valor apresentado pelo MAI “ficava por metade daquilo” que defendia a plataforma.

Segundo a proposta apresentada pela ministra da Administração Interna aos sindicatos da PSP e associações da GNR, os 300 euros de aumento seriam pagos por três vezes, sendo 200 euros em julho e os restantes no início de 2025 e 2026, com um aumento de 50 euros em cada ano.

Com esta proposta, a que Lusa teve acesso, a vertente fixa do atual suplemento por serviço e risco nas forças de segurança passaria dos 100 para os 400 euros, mantendo a vertente variável de 20% do ordenado base dos militares da GNR e polícias da PSP.

Inicialmente, a ministra da Administração Interna, Margarida Blasco, começou por se reunir com os sete sindicatos da PSP, mas ao fim da tarde as cinco associações da GNR juntaram-se à reunião, que chegou a ser interrompida por três ocasiões durante a tarde e início da noite, segundo a RTP.

A ASPP/PSP, o principal sindicato da PSP, revelou em comunicado que após vários intervalos, a pedido das duas partes, as estruturas sindicais e associativas "deliberaram não aceitar a proposta".

"Depois de serem lançadas várias propostas, valores, tentativas, fundamentações, com avanços, recuos, intervalos para reuniões paralelas e diligências (algo típico de uma negociação que se espera séria e consequente) o Governo não se mostrou disponível para evoluir dos 200 euros, 50 euros, 50 euros, apesar da disponibilidade das estruturas em querer atingir um compromisso sério, partindo da proposta da plataforma de 300 euros em 2024 e 300 euros em 2025/2026. Todas as decisões tomadas num processo negocial são legítimas, mas permanecer e lutar até ao limite, é o que nos move, no sentido de alcançar um objetivo benéfico para os profissionais", pode ler-se no documento.

[Artigo alterado às 16h47 com a informação corrigida sobre a conversa entre Margarida Blasco, o primeiro-ministro Luís Montenegro e o ministro das Finanças Joaquim Miranda Sarmento]