Sociedade

Elevador da Glória: vice-presidente da Câmara de Lisboa, que tutela a mobilidade, diz que responsabilidade política é sua e não de Moedas

Responsável pelos pelouros da mobilidade e das empresas municipais, Filipe Anacoreta Correia garantiu esta sexta-feira que é ele quem deve responder politicamente pelo acidente do Elevador da Glória e não o presidente da Câmara Municipal de Lisboa, Carlos Moedas

ANTÓNIO COTRIM

Numa altura em que se apuram as causas do descarrilamento do Elevador da Glória, em Lisboa, o debate sobre as responsabilidades políticas começa também a ganhar espaço. Em entrevista à SIC Notícias, Filipe Anacoreta Correia, vice-presidente da Câmara Municipal de Lisboa, garantiu que é sobre si que recaem as responsabilidades políticas do acidente, já que os pelouros da mobilidade e das empresas municipais estão sob a sua alçada e não sob a do presidente da Câmara, Carlos Moedas.

“Se é para apurar responsabilidades políticas, elas devem ser apuradas em mim, de uma forma inequívoca”, afirmou, acrescentando que as críticas que estão a ser feitas ao atual presidente da Câmara Municipal de Lisboa (CML) são de um “oportunismo inaceitável”, motivado por “fins meramente eleitorais”.

“O pior que há é a tentativa de aproveitamento do sofrimento e do drama em que estamos a viver”, comentou. Questionado sobre uma eventual demissão, Filipe Anacoreta Correia afirmou que não hesitaria em avançar com essa decisão “se sentisse que houvesse algum dado objetivo de alguma falha” a nível político.

O responsável pelo pelouro da Mobilidade destacou ainda a “autonomia funcional e operacional” da Carris, acrescentando que de momento não há fundamentos objetivos que permitam responsabilizar alguém em concreto. Para tal, Filipe Anacoreta Correia diz ser necessário esperar pelos resultados oficiais das investigações.

Pedro Nuno Santos, ex-líder do partido Socialista, foi um dos responsáveis políticos que pediu a demissão imediata de Carlos Moedas, na sequência do acidente do Ascensor da Glória, que vitimou mais de uma dezena de pessoas.

“Tenho visto algumas pessoas tentarem evitar o inevitável: a assunção de responsabilidades políticas pelo atual Presidente da CML. Moedas é prisioneiro das suas próprias declarações em 2021, quando exigiu a demissão de Fernando Medina. Moedas dizia que era necessário um novo tipo de políticos, os que assumiam as suas responsabilidades, mesmo perante um ‘erro técnico’. Sobre responsabilidade política, para sabermos quem a tem neste caso, não é preciso esperar por nenhuma investigação”, escreveu esta sexta-feira, numa publicação no Facebook.