A plataforma que reúne os principais sindicatos das polícias garante que não vai boicotar as próximas eleições legislativas, em março. Num comunicado divulgado esta terça-feira, os polícias são taxativos: “a plataforma não coloca e nunca colocou o livre direito e exercício de voto em causa, pretendendo que essa ideia seja registada e não abusiva e erradamente utilizada.”
Da reunião desta terça-feira da plataforma foi anunciado para o dia 15 de fevereiro às 20 horas vigílias nos aeroportos e portos, às 06h, de acordo com o comunicado da plataforma das polícias.
Outro dos protestos das polícias será realizado no próximo dia 19, às 17h30, numa parada anunciada para o Terreiro do Paço. Já a 2 de março, será realizado um encontro nacional de polícias, num local ainda a determinar.
Estes serão alguns dos protestos anunciados pela plataforma que une sindicatos da PSP e associações sindicais da GNR. E que se seguem às manifestações realizadas em Lisboa e no Porto no final de janeiro, bem como as vigílias de agentes da PSP e militares da GNR em frente à Assembleia da república.
Os protestos das polícias subiram de tom no último fim de semana, com o anúncio de auto-baixas de agentes da PSP que obrigaram ao cancelamento do jogo entre o Famalicão e o Sporting e outros dois jogos de futebol.
As declarações de Armando Ferreira, presidente do SINAPOL, que alertou para a possibilidade de um boicote das eleições por serem os agentes da PSP os responsáveis no transporte das urnas fez aumentar ainda mais a tensão no caso.
O ministro da Administração Interna, José Luís Carneiro, pediu à IGAI para investigar as baixas e as declarações de Armando Ferreira.
O primeiro-ministro António Costa escreveu mesmo uma carta aos dirigentes da plataforma dos sindicatos das polícias onde se refere a um ato de traição caso esse cenário do boicote ao transporte das urnas se viesse a realizar.
O primeiro-ministro recebeu a carta dos polícias em protesto e respondeu-lhes considerando que é "inadmissível o recurso a qualquer forma de protesto que extravase os limites da lei por parte de quem serve Portugal numa força fardada e armada".
Em resposta à carta de António Costa, a plataforma refere agora que o primeiro-ministro “continua a não explicar os motivos pelos quais não enquadrou as Forças de Segurança nesta valorização e reconhecimento”. Sobre o MAI, referem um “frontal repúdio” pelas declarações proferidas pelo ministro, por serem “ingratas”, “despropositadas” e “ofensivas”.
[Título alterado às 21h30]