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Saúde

Três demissões em dois dias: “Administrar um hospital é uma função técnica, não tem de ter uma dimensão política”

Em dois dias, foram demitidas três administrações hospitalares pelo Ministério da Saúde e pela Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde. Sem justificação por parte do Governo, as demissões poderão estar relacionadas com o aproximar do fim do período (um ano) que liberta o executivo de ter de indemnizar as administrações se as dispensar. Com a viragem do ano, haverá mais substituições

Lynsey Addario/Getty Images

Em dois dias, os conselhos de administração das Unidades Locais de Saúde (ULS) da Lezíria, do Alto Alentejo e de Leiria foram demitidos. A direcção executiva justifica as “mudanças” com “novas abordagens de gestão”, mas que não foram compreendidas por toda a gente, especialmente tendo sido feitas no período de inverno e na época das Festas, que historicamente impõe mais desafios à gestão hospitalar.

Xavier Barreto, presidente da Associação Portuguesa de Administradores Hospitalares, diz que “não é ideal a mudança ter sido feita neste momento” e diz não encontrar “nenhuma justificação” para as demissões.

Lembra, no entanto, que as mudanças nas administrações hospitalares com as mudanças de cor política não são de agora. E lamenta-o. “Administrar um hospital é uma função técnica, não tem de ter uma dimensão política”.

Recorda também que “muitas administrações estão prestes a completar um ano de mandato”. E passado este primeiro ano em funções, “o governo passa a ter de pagar uma indemnização para fazer mudanças nas administrações”.