Indicado pelo Governo para acudir a uma crise na direção do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), após a demissão de Luís Meira e da recusa em aceitar o lugar por Vítor Almeida, o médico militar Sérgio Janeiro poderá passar de ‘provisório’ a presidente, de facto. Ao Expresso, o gabinete da Ministra da Saúde, Ana Paula Martins, adiantou que já iniciou o procedimento junto da Comissão de Recrutamento e Seleção para a Administração Pública (CReSAP) e que vai indicar o atual responsável e uma vogal.
O especialista em medicina interna assumiu funções no INEM em regime de substituição por 60 dias, por vacatura do cargo, que terminam no próximo dia 18 de setembro. Sérgio Janeiro, a ter o aval da CReSAP no concurso face a eventuais candidatos auto-propostos, terá nos próximos cinco anos o rumo da emergência médica pré-hospitalar e a difícil missão de garantir o helitransporte. A operação levou à demissão do médico Luís Meira «por falta de confiança no Governo» e travou a sua substituição pelo também médico Vítor Almeida, que o Ministério da Saúde havia nomeado no início de julho.
A missão de helitransporte de doentes está assegurada, por ajuste direto, com o operador Avincis até maio do próximo ano e aguarda-se uma decisão do Governo sobre a solução seguinte. A abertura de concurso internacional ou a possibilidade, avançada pela equipa ministerial, de recurso, complementar, à Força Aérea. Questionado, o gabinete de Ana Paula Martins refere não existir ainda nada a acrescentar.
Durante esta semana, Vítor Almeida deverá ser ouvido no Parlamento sobre as razões que o levaram a não assumir a liderança do INEM.