Os médicos deram esta segunda-feira um passo em frente no caminho para a criação da especialidade de medicina de urgência e emergência. A Ordem dos Médicos aprovou a constituição de um grupo de trabalho para preparar a nova valência, considerada essencial para ‘habilitar’ os especialistas ao trabalho dedicado no SOS dos hospitais. Chumbada no final de 2022, a especialidade poderá agora voltar a ser votada.
Ao Expresso, o bastonário, Carlos Cortes, explicou que na Assembleia de Representantes desta segunda-feira “foi votado o envio para discussão pública” da proposta para fundamentar a nova especialização médica, “um passo importante que não tinha sido conseguido anteriormente”. Ainda assim, vai ser preciso esperar: “Só será aprovada, ou não, em setembro.”
A Assembleia de Representantes da Ordem dos Médicos que agora ‘deu alta’ à criação da nova especialidade foi a mesma estrutura, então com outros elementos, que chumbou a medicina de urgência - com 51 votos contra, 21 a favor e três abstenções - na reta final da liderança do anterior bastonário Miguel Guimarães. Fora proposta no verão de 2019 por Vítor Almeida, o novo presidente do INEM e então presidente do Colégio da Competência de Medicina de Emergência, em parceria com Adelina Pereira, atual presidente da Sociedade Portuguesa de Medicina de Urgência e Emergência.
Segundo o documento desta segunda-feira, a medicina de urgência e emergência “constitui-se uma mais-valia para o sistema de saúde, respeitando as competências e responsabilidades das outras especialidades já presentes no Serviço de Urgência, assumindo um caracter de complementaridade e libertando-as para os atos diferenciados e específicos dessas especialidades”. Ou seja, “esta especialidade assume, assim, a sua especificidade, individualidade e carater colaborativo na equipa multidisciplinar que constitui a intervenção no Serviço de Urgência”.