Em reação à notícia da nomeação do novo diretor-executivo do SNS, António Gandra d’Almeida, conhecida esta quarta-feira, o bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, destacou a “visão transversal” e a forma aberta de liderança do médico cirurgião.
“É um homem do Serviço Nacional de Saúde, é cirurgião, é conhecedor do SNS e é um homem defensor do SNS”, realçou, em declarações à agência Lusa, afirmando que é alguém que defende “uma liderança aberta, que sabe trabalhar em equipa, dialogar, ouvir as pessoas e tomar decisões em grupo”.
Já o presidente da Associaçãode Administradores Hospitalares, Xavier Barreto, destacou a “experiência em emergência pré-hospitalar, sobretudo” do médico cirurgião, e o “conhecimento, que é importante, da organização das urgências”.
Mas como “o SNS é muito mais do que as urgências”, lembra, o dirigente está expectante acerca das competências que terá a nova DE-SNS. “Não sabemos se vai ou não continuar a nomear os dirigente das ULS, se vai continuar a publicar os planos de atividade dos hospitais”, disse, em declarações à Antena 1.
A expectativa acerca das funções que o tenente-coronel António Gandra D'Almeida irá desempenhar são partilhadas também por Joana Bordalo e Sá, a presidente da Federação Nacional dos Médicos (FNAM), que antecipa “um trabalho muito difícil de fazer, tendo em conta a falta de médicos no SNS”.
Por seu lado, o presidente do Sindicato Independente dos Médicos (SIM), disse, em declarações à mesma rádio, que “o perfil militar é sempre conhecido pela organização e pelo planeamento, que é uma área em falta", especialmente para as necessidades dos problemas sentidos sazonalmente no verão. "No entanto, o que interessa é o longo prazo”, sublinha.
O substituto de Fernando Araújo, que se demitiu em abril da Direcção Executiva do SNS, tem 44 anos e é Tenente-Coronel Médico dos quadros permanentes do Exército português.
Em comunicado, o Governo realçou que António Gandra d’Almeida é licenciado em Medicina pela Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Nova de Lisboa e que até janeiro passado foi diretor da Delegação Regional Norte do INEM.
Poucas horas depois do anúncio de António Gandra d’Almeida, a ministra da Saúde, Ana Paula Martins, explicou em declarações aos jornalistas a escolha do novo diretor-executivo, realçando desde logo que “o currículo fala por si”.
“É um médico, um médico militar, um homem que está muito habituado à organização e à operação no terreno em condições adversas. E sobretudo é alguém que tem uma visão para o SNS que cumpre os estatutos do SNS”, explicou a ministra.