Saúde

Coordenador do “Plano de Emergência” para a Saúde compara atual período ao da pandemia e pede “solidariedade”

A um mês de entregar medidas para assegurar que o Serviço Nacional de Saúde dá a resposta necessária aos portugueses, Eurico Castro Alves apela a que se repita a “vontade coletiva de proteção e solidariedade” partilhada durante a covid-19. Ou seja, “apoiar políticas públicas que promovam o acesso universal aos cuidados e incentivar a participação da sociedade civil”

O coordenador do grupo de trabalho criado pelo Ministério da Saúde para preparar o “Plano de Emergência” prometido pelo Governo reconhece que “o momento atual é de crise aguda” e que se está "perante a necessidade de evitar o colapso do sistema de saúde”. O médico diz mesmo, num artigo de opinião publicado esta quarta-feira no Jornal de Notícias, que vivemos tempos como os de pandemia de covid-19: “A pandemia ensinou-nos que a saúde é um bem coletivo, e que a sua proteção depende de ações conjuntas”, que agora são novamente necessárias.

Eurico Castro Alves apela à “solidariedade” mostrada durante a covid-19, à “mobilização em massa”, bem como à “demonstração clara do desejo humano de contribuir para um bem maior”, neste caso, “garantir que todos os portugueses sem exceção tenham acesso a cuidados de saúde dignos e seguros”. “A solidariedade demonstrada durante a pandemia pode ser uma fonte de inspiração para as próximas etapas.”

A etapa mais próxima na agenda é já dentro de um mês, com a apresentação da estratégia para que a prestação de cuidados seja atempadamente assegurada, desde logo, durante os difíceis meses de verão em que os recursos profissionais já de si limitados se tornam escassos. “Precisamos de uma abordagem que combine responsabilidade social com investimento público e inovação.”

“Cidadãos devem respeitar os recursos disponíveis”

O cirurgião é claro nas palavras: “Assim como se manifestou uma vontade coletiva de proteção e solidariedade, agora precisamos de um compromisso semelhante para defender o nosso sistema de saúde. Isso significa apoiar políticas públicas que promovam o acesso universal aos cuidados de saúde, e incentivar a participação da sociedade civil para ajudar na resolução de problemas locais.” Por exemplo, “os cidadãos devem cuidar da sua própria saúde e respeitar os recursos disponíveis”.

A liderar uma equipa com mais 12 elementos, o antigo presidente do Infarmed explica que “o tempo agora é de unir e avançar”. E reforça: "É tempo de somar e não de acusar, assumindo-se que todos governaram dando o seu melhor, muito embora sujeitos à sua própria ‘circunstância’.”