Saúde

Preço dos medicamentos desceu, mas portugueses gastam mais

Optar por um fármaco de marca ou a rutura de stock do genérico mais barato podem ditar uma maior fatura na farmácia

Regis Duvignau/Reuters

Nos últimos 13 anos, os preços dos medicamentos baixaram, mas o utente gasta mais. Esta é uma das conclusões de um estudo elaborado pela DECO Proteste e pela Nova SBE – Health Economics & Management Knowledge Center, publicado no site da primeira empresa. Uma realidade considerada preocupante quando 30% da despesa total do utente é gasta em fármacos.

A investigação, que analisou 41 fármacos de cinco grupos diferentes, verificou que o preço de venda ao público (PVP) diminuiu para 54% destes medicamentos. Ainda assim, em 44% das vendas destes remédios, o utente pagou mais, o que se pode dever a múltiplos fatores.

Quando a receita é prescrita, é escrita a Denominação Comum Internacional, ou seja, o nome genérico da substância farmacológica do medicamento e não uma marca específica, por isso, é a escolha na farmácia que dita o valor final na fatura. O utente pode pagar mais pelo fármaco, caso opte pelo medicamento de marca ou um genérico, que não seja o mais barato, entre os cinco que ditam o PVP. A única opção para pagar o menor valor possível e aproveitar ao máximo a comparticipação do Estado é escolher o genérico mais barato.

O estudo tentou ainda descobrir a razão pela qual a compra de genéricos continua além do expectável. Cerca de 38% dos inquiridos disseram optar pelo medicamento de marca por ter sido o recomendado pelo médico, 35% apontou a inexistência de um genérico correspondente à marca original e 24% acredita que a qualidade dos genéricos é inferior.

Outra das razões apontadas para o aumento do encargo é a necessidade da toma diária de vários fármacos, o que se traduz num aumento da despesa na farmácia, mas não a um acréscimo do valor por embalagem.

Aposta numa maior comparticipação do medicamento e um cálculo do PVP consoante a disponibilidade dos cinco genéricos mais baratos são duas soluções sugeridas no estudo, para que os portugueses gastem menos quando vão à farmácia.