A Federação Nacional dos Médicos (FNAM) rompeu as negociações com o Governo e deixou a reunião que decorria - e decorre - no Ministério da Saúde. Joana Bordalo e Sá, presidente da FNAM, disse à saída do edifício que Manuel Pizarro se mostrara “inflexível” perante as propostas apresentadas relativamente aos aumentos salariais dos médicos, garantindo que o ministro não terá querido debater outras reivindicações, tais como a “jornada de trabalho e reposição das férias”.
Sobre os salários - a pedra toque destas negociações que duram há 18 meses entre FNAM, Sindicato Independente dos Médicos e Governo - Joana Bordalo e Sá assume ter reivindicado uma subida de 30% para os ordenados dos médicos, tendo “baixado” a negociação “para os 22%,23%”.
Todavia, segundo a representante deste sindicato, a equipa de Manuel Pizarro manteve a proposta de um aumento de 15% “discricionário”, em “função das diferentes tipologias de médicos”. “É inaceitável e a FNAM não assinou este acordo, que é um mau acordo para os médicos e para o SNS”, disse Joana Bordalo e Sá.
Confrontada com a hipótese de o SIM - o outro parceiro sindical nestas negociações, liderado por Jorge Roque da Cunha - estar prestes a concordar com o Governo, Bordalo e Sá limitou-se a responder que a FNAM “não o assinou”. “A FNAM não pode ser responsável por um acordo que faz com que os médicos saiam do SNS e que os novos não médicos não fiquem”, concluiu.