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Saúde

Inquérito: Falta de material básico em unidades de saúde nunca foi tão grande

Coordenadores das unidades de saúde familiar fazem radiografia aos cuidados primários em todo o país. Condições pioraram

Inquérito foi enviado às 615 unidades de saúde familiar no país e tem uma taxa de resposta de 79%. Participação é a maior desde o início do estudo, há 13 anos
António Pedro Ferreira

No ano em que foi novamente prometido o maior orçamento para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) desde a sua existência, atingem valores igualmente inéditos as falhas no fornecimento dos recursos para o funcionamento dos serviços. Um estudo feito nos cuidados primários revela que “as faltas de material básico voltaram a subir e para o valor mais alto” dos últimos 13 anos em que a análise tem sido feita pela Associação Nacional de Unidades de Saúde Familiar (USF-AN).

Inquiridos todos os coordenadores das 615 unidades de saúde familiar (USF), com uma taxa de resposta de 79% — “a maior de sempre e um número recorde de respondentes” —, 96% revelaram ter “falta de material considerado básico para a atividade normal durante o ano”. Em metade das unidades as insuficiências ocorreram mais de dez vezes. Da lista básica fazem parte materiais clínicos e consumíveis para procedimentos administrativos como otoscópios (para examinar o ouvido), balanças, frigoríficos, termómetros, soros, compressas, seringas, contracetivos, vacinas, medicamentos em geral, papel, toner ou material de secretariado.