No ano em que foi novamente prometido o maior orçamento para o Serviço Nacional de Saúde (SNS) desde a sua existência, atingem valores igualmente inéditos as falhas no fornecimento dos recursos para o funcionamento dos serviços. Um estudo feito nos cuidados primários revela que “as faltas de material básico voltaram a subir e para o valor mais alto” dos últimos 13 anos em que a análise tem sido feita pela Associação Nacional de Unidades de Saúde Familiar (USF-AN).
Inquiridos todos os coordenadores das 615 unidades de saúde familiar (USF), com uma taxa de resposta de 79% — “a maior de sempre e um número recorde de respondentes” —, 96% revelaram ter “falta de material considerado básico para a atividade normal durante o ano”. Em metade das unidades as insuficiências ocorreram mais de dez vezes. Da lista básica fazem parte materiais clínicos e consumíveis para procedimentos administrativos como otoscópios (para examinar o ouvido), balanças, frigoríficos, termómetros, soros, compressas, seringas, contracetivos, vacinas, medicamentos em geral, papel, toner ou material de secretariado.