O bastonário da Ordem dos Médicos afirmou hoje, após uma reunião com o ministro da Saúde, haver abertura do Governo para reabrir a negociação de matérias que estavam encerradas, nomeadamente a fixação do horário de 35 horas semanais e a criação de uma carreira médica.
À saída de uma reunião realizada a seu pedido, Carlos Cortes apontou ainda haver abertura do Ministério da Saúde em matérias relacionadas com a carreira médica e acrescentou que muitas das questões hoje discutiras requerem um compromisso escrito da tutela até final do próximo mês.
"Na esmagadora maioria das questões que têm que ver com a Ordem dos Médicos os prazos são muito limitados. No próximo mês, até final do mês, muitas das questões que foram aqui tratadas têm de ter um compromisso escrito do Ministério da Saúde", afirmou o bastonário, que insistiu que, desta vez, "houve uma postura diferente" da tutela.
Todas as propostas discutidas hoje pela Ordem dos Médicos (OM) e que tiveram abertura da parte da tutela serão apresentadas numa reunião de emergência do Fórum Médico - plataforma que reúne todas as organizações médicas - que a OM vai marcar para dia 12, em Coimbra, afirmou ainda.
Segundo o bastonário, cabe agora aos sindicatos negociar com o Ministério as questões de índole sindical, enquanto a OM tratará de negociar com o Governo questões da sua tutela, nomeadamente a formação dos clínicos. "Haverá espaço de diálogo para matérias sindicais (...) e a Ordem dos Médicos pediu que rapidamente se iniciasse esse diálogo e que fosse breve e não demorasse 14 meses como demorou o anterior", afirmou.
“A Ordem dos Médicos não dá resposta nos serviços de urgência, é uma responsabilidade que é do Ministério da Saúde e do Governo.”, explica o bastonário. Para Carlos Cortes, é preciso que estas entidades criem as condições adequadas para os médicos conseguirem dar uma resposta positiva, de qualidade e em segurança aos utentes.
“Tem sido feito muito pouco ou praticamente nada para captar, fixar e manter os médicos no serviço nacional de saúde, naquele que tem sido o problema, naquela que deveria ser uma prioridade de reforma do SNS”, declarou Carlos Cortes.