Os doentes portugueses são dos que mais gastam com custos de saúde, em pagamentos diretos, entre os países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). “Portugal tem uma das maiores percentagens de pagamentos diretos na OCDE, representando cerca de 29% do total das despesas de saúde em 2021, em comparação com cerca de 18% em média na OCDE”, indica o Relatório Económico da OCDE sobre Portugal, que inclui um capítulo de análise ao sector da saúde.
Estes pagamentos do próprio bolso estão, em regra, relacionados com serviços em prestadores privados, incluindo cuidados dentários, que são financiados muitas vezes por seguros de saúde.
Em 2015, cerca de 11% dos agregados familiares tiveram de gastar mais de 40% do seu rendimento em assistência médica, faz notar a OCDE.
Aliás, o peso dos pagamentos do próprio bolso na despesa total com saúde em Portugal “é duas vezes superior ao europeu média e entre as mais altas da OCDE, o que pode limitar o acesso aos cuidados e resultar em elevados gastos com serviços privados para algumas famílias”, afetando, em particular, os grupos com menores rendimentos.