Saúde

Direção Executiva do SNS confirma fecho de urgências pediátricas, mas diz que não são oito

Plano de reorganização na região de Lisboa vai avançar, mas com uma versão mais modesta do que a inicialmente apresentada aos parceiros. Administração do SNS explica que “grande parte dos pontos da rede” vão continuar a prestar cuidados à noite e aos fins de semana

Filip Singer/Lusa

A Direção Executiva do Serviço Nacional de Saúde (DE-SNS) confirma que vão ser fechadas urgências pediátricas na região de Lisboa, mas não serão as oito referidas no plano que esteve em cima da mesa. Ao Expresso, a equipa de Fernando Araújo explicou que “grande parte dos pontos da rede”, com 12 urgências pediátricas no total, vão continuar a prestar cuidados durante a noite e aos fins de semana.

Numa nota enviada às redações, a DE-SNS faz saber que “a estratégia de reorganização dos serviços de urgência de pediatria médica na Região de Lisboa e Vale do Tejo será concluída na próxima semana, após longas semanas de trabalho com os profissionais das várias instituições” e que “deverá manter abertos no período noturno grande parte dos pontos da rede, visando assegurar a proximidade da população ao SNS”. No entanto, não são identificados os serviços que vão funcionar sem constrangimentos.

No plano inicial apresentado, e que o Expresso divulga esta sexta-feira, o atendimento das situações agudas na população pediátrica seria concentrado em quatro urgências centrais, a funcionar 24 horas todo o ano: Santa Maria, Dona Estefânia, Amadora-Sintra e Garcia de Orta, em Almada.

A estratégia, discutida inclusivamente com a Comissão de Saúde Materna, da Criança e do Adolescente, gerou críticas e ditou, se não um recuo, pelo menos um avanço mais cauteloso, opção, aliás, que já tinha sido feita quanto à proposta para a nova rede de cuidados ginecológicos e obstétricos.

Os peritos avançaram com a possibilidade de fechar seis urgências e a polémica criada levou a DE-SNS e o Ministério a garantir que não seria fechada nenhuma maternidade e o documento está até hoje guardado.

Ainda esta semana, os avanços e os recuos já tinham ficado evidentes. Os sindicatos médicos denunciaram que os serviços de atendimento pediátrico urgente iriam fechar, por agora transitoriamente, nos hospitais do Barreiro e em Loures, e o ministro da Saúde, Manuel Pizarro, garantiu que não. Horas depois, confirmou-se o encerramento noturno e aos fins de semana da urgência pediátrica em Loures e a administração do Barreiro a esclarecer que, pelo menos, até à reunião da próxima semana vai manter-se a funcionar em pleno.