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Saúde

"Recrudescimento" da covid-19 na Europa faz soar alertas: "Tomem nota desta variante, porque vão ouvir falar muito dela no inverno: BQ.1.1"

O aviso já tinha sido emitido pela Organização Mundial da Saúde (OMS): a Europa voltou a ser o epicentro da pandemia. Os especialistas portugueses ouvidos pelo Expresso admitem que, nos próximos dois meses, poderão surgir números preocupantes de novos casos e internamentos e pedem um plano de contingência robusto ao Governo

“É expectável que, até ao final do inverno, assistamos ao aparecimento de muitas mais subvariantes"
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“As pessoas decidiram que agora, para elas, acabou a covid-19. Têm de tomar consciência de que a pandemia ainda não acabou, é um disparate pensarem que já acabou.” Manuel Carmo Gomes, professor de Epidemiologia da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa e membro da Comissão Técnica de Vacinação, que aconselha a Direção-Geral da Saúde, acredita que o que se aproxima é justamente o contrário. "É perfeitamente possível" que o número de novos casos venha a ser preocupante neste inverno, assume, em entrevista ao Expresso.

Na segunda-feira, Hans Kluge, diretor-geral da OMS para a Europa, já tinha deixado um alerta aos países do continente: não é momento de afrouxar cuidados. O velho continente voltou a ser o centro da epidemia, contabilizando 60% dos novos casos de todo o mundo. Na última semana, foram registadas 1,4 milhões de infeções e 3250 mortes pela doença. De acordo com Manuel Carmo Gomes, "há indícios de que estamos a ter um recrudescimento da circulação do vírus", apesar de apenas uma fração dos novos contágios estar a ser reportada.