Desde o início da pandemia, a Índia registou 414.482 mortes e mais de 31 milhões de infetados com o SARS-CoV-2, sendo o segundo país do mundo com mais contágios. A este flagelo junta-se agora um outro: um elevado aumento de casos mucormicose — também conhecida como doença do “fungo negro” —, extremamenta rara, com uma incidência média de um num milhão de pessoas. Só que algo estranho e preocupante está a acontecer no gigante asiático: mais de 45 mil casos de “fungo negro”, com uma taxa de mortalidade que ronda os 50%, foram identificados nos últimos dois meses e está a alastrar em doentes com covid-19. Mas será que as sequelas provocadas pelo coronavírus podem explicar o surto de mucormicose?
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Mucormicose: a doença do “fungo negro” extremamente rara, mortal e mutilante que disparou na Índia em doentes de covid
Um surto de “fungo negro” está a alastrar na Índia entre pessoas que foram infetadas pelo SARS-CoV-2. A infecciologista Margarida Tavares, ouvida pelo Expresso, diz que os dados que conhece não a “deixam segura que a covid-19 seja um fator de risco para a mucormicose”. Ainda assim, admite que a corticoterapia, usada em doentes de covid, é um dos fatores de risco para esta doença extremamente rara, com uma incidência de um num milhão, mas com uma taxa de mortalidade que ronda os 50% e que pode levar à remoção de olhos, narizes ou maxilares dos pacientes mais críticos