“Nunca tive uma sessão tão participada.” Foi assim, em seis palavras, que a juíza Francisca Preto descreveu o que surgia diante dos olhos de todos os que estavam na sala de audiências em cujo letreiro, já caduco, se lê “Juízo nº 14”. O chão é revestido a madeira, e a área é escassa para acolher tanta curiosidade. Advogados e respetivos estagiários, familiares, amigos, jornalistas e cidadãos comuns acotovelam-se para assistir ao julgamento que motiva diretos, artigos minuto a minuto, reportagens radiofónicas e uma quantidade incomensurável de conteúdos nas redes sociais.
Os Anjos queixam-se que Joana Marques, que em 2022 publicou um vídeo, com edição satírica da interpretação pelo duo do hino nacional no MotoGP, lhes causou enorme dano profissional e pessoal. Essa montagem e a publicação do vídeo teriam motivado cancelamento de contratos e vários danos familiares. São esses os prejuízos que motivam um pedido de indemnização superior a um milhão de euros.
Na sessão final do caso, provavelmente a mais concorrida, o primeiro a falar foi uma testemunha esperada: Tatanka. O último num desfile de figuras conhecidas, arrolado pelos autores da ação, disse à entrada que não sabia o que estava ali a fazer. É possível que nem todos tenham ficado esclarecidos.