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Justiça

Anjos vs. Joana Marques: no tribunal, a ‘bronca no MotoGP’ cortou a meta – peripécias de um julgamento a lembrar “A Sentença”

De um lado, Joana Marques a explicar que “sempre que qualquer coisa corre mal, isso é matéria-prima para o humor”. Do outro, a equipa dos Anjos a declarar a piromania figurativa da humorista: “alguém que, perante um monte de feno, atirou um fósforo e, quando viu arder, decidiu atirar outro”

Nuno Botelho

“Nunca tive uma sessão tão participada.” Foi assim, em seis palavras, que a juíza Francisca Preto descreveu o que surgia diante dos olhos de todos os que estavam na sala de audiências em cujo letreiro, já caduco, se lê Juízo nº 14. O chão é revestido a madeira, e a área é escassa para acolher tanta curiosidade. Advogados e respetivos estagiários, familiares, amigos, jornalistas e cidadãos comuns acotovelam-se para assistir ao julgamento que motiva diretos, artigos minuto a minuto, reportagens radiofónicas e uma quantidade incomensurável de conteúdos nas redes sociais.

Os Anjos queixam-se que Joana Marques, que em 2022 publicou um vídeo, com edição satírica da interpretação pelo duo do hino nacional no MotoGP, lhes causou enorme dano profissional e pessoal. Essa montagem e a publicação do vídeo teriam motivado cancelamento de contratos e vários danos familiares. São esses os prejuízos que motivam um pedido de indemnização superior a um milhão de euros.

Na sessão final do caso, provavelmente a mais concorrida, o primeiro a falar foi uma testemunha esperada: Tatanka. O último num desfile de figuras conhecidas, arrolado pelos autores da ação, disse à entrada que não sabia o que estava ali a fazer. É possível que nem todos tenham ficado esclarecidos.