Justiça

Caso EDP: António Mexia, Manso Neto e Manuel Pinho entre seis acusados de corrupção pelo MP

António Mexia, Manso Neto, Manuel Pinho, Miguel Barreto, João Conceição estão acusados por corrupção, no caso EDP. Os arguidos já foram notificados

João Manso Neto e António Mexia foram afastados da gestão da EDP em 2020 por decisão judicial
Luís Barra

O Ministério Público avançou com a acusação de corrupção contra seis arguidos, no Caso EDP. Os seis acusados são António Mexia e João Manso Neto, ex-líderes do Grupo EDP, Manuel Pinho, ex-ministro da Economia, João Conceição e Rui Cartaxo, antigos assessores no Ministério da Economia, e Miguel Barreto, ex-diretor-geral da Energia.

De acordo com a acusação, António Mexia e João Manso Neto terão corrompido Manuel Pinho para obter 840 milhões de euros de benefícios para a EDP.

Mexia e Manso Neto estão, por isso, acusados de dois crimes de corrupção ativa para ato ilícito de titular de cargo político. Já Pinho é acusado de um crime de corrupção passiva para ato ilícito de titular de cargo político.

A SIC sabe que os seis arguidos já foram notificados da acusação.

A investigação tinha sido aberta há mais de doze anos, depois de uma denúncia anónima, e culmina agora nesta acusação.

Num comunicado entretanto enviado às redações, a Procuradoria Geral da República confirma a informação, embora sem nunca nomear os arguidos.

Diz a PGR que “um dos arguidos, à data ministro da economia, [Manuel Pinho] apoiou a nomeação de outro arguido como presidente executivo da EDP [Mexia] e favoreceu indevidamente essa empresa, mediante contrapartidas. Ao acordo, que para o efeito ambos fizeram, vieram a aderir os restantes arguidos, que o concretizaram também mediante contrapartidas”.

O Ministério Público “entende que o Estado sofreu um prejuízo superior a 840 milhões de euros, pelo que requereu a perda de bens dos arguidos e da EDP Gestão de Produção de Energia e da EDP. S.A. a favor do Estado”.

As suspeitas adicionais que recaiam sobre Miguel Barreto, antigo Diretor-Geral de Energia e Geologia, relacionadas com o negócio da Home Energy, “foram arquivados por falta de prova da prática de crime de corrupção”.