Justiça

Prisão perpétua para extremista que assassinou idoso no Reino Unido como vingança por Gaza

Ahmed Alid esfaqueou Terence Carney, 70 anos, apenas oito dias depois de o movimento islamita Hamas ter levado a cabo um ataque contra Israel

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Um extremista islâmico marroquino, requerente de asilo no Reino Unido, que assassinou um reformado na rua "inspirado" pelo conflito entre Israel e o Hamas, foi condenado a prisão perpétua, de acordo com uma decisão judicial divulgada na sexta-feira.

O homicida, Ahmed Alid, 45 anos, esfaqueou Terence Carney, 70 anos, seis vezes a 15 de outubro na cidade inglesa de Hartlepool, apenas oito dias depois de o movimento islamita Hamas ter levado a cabo um ataque contra Israel que matou pelo menos 1200 pessoas.

De acordo com o veredicto do Tribunal da Coroa de Teeside, em Inglaterra, que condenou o agressor, Alid foi também considerado culpado da tentativa de homicídio do companheiro de casa, Javed Nouri, o qual agrediu antes de matar Carney.

Durante o processo judicial, Alid, que comunicou através de um intérprete árabe, admitiu ter esfaqueado os dois homens, mas negou que a sua intenção fosse matá-los ou causar-lhes ferimentos graves.

Durante a tentativa de homicídio, o agressor gritou "Allahu Akbar" (Deus é grande) antes de fugir para a rua, armado com uma faca.

Imagens captadas por câmaras de vigilância instaladas em casas vizinhas mostraram como o agressor começou a esfaquear Carney, que estava a dar um passeio no centro da cidade.

A juíza Bobbie Cheema-Grubb considerou que Alid cometeu atos de terrorismo ao assassinar o reformado e ao tentar matar Nouri.

"O homicídio de Terence Carney foi um ato terrorista com o qual ele esperava influenciar o governo britânico. Ele esperava assustar o povo britânico e fragilizar as liberdades de que gozam", disse o juiz.

Cheema-Grubb afirmou que Alid esperou que o seu companheiro de casa estivesse "a dormir e vulnerável" para o atacar e que "a vida que tinha começado a construir neste país se desmoronou em consequência do que aconteceu".

Na sequência da tentativa de homicídio, o agressor "atacou um homem idoso desarmado que não se podia defender", acrescentou ainda a juíza.