Justiça

Operação Marquês: Sócrates quer anular decisão do Conselho Superior da Magistratura

Órgão de gestão e disciplina dos juízes recusou pedido do ex-primeiro-ministro para impugnar o coletivo de juízas que o pronunciou por 22 crimes, incluindo corrupção

Sócrates, ex-primeiro-ministro de Portugal e arguido da Operação Marquês

José Sócrates quer impugnar a decisão do Conselho Superior da Magistratura que rejeitou o seu pedido para impugnar o coletivo de juízas que o pronunciou por 22 crimes. O que aconteceu foi ilegal e é a segunda vez que acontece. O que verdadeiramente impressiona nesta história é que é a segunda vez que falseiam. Desta vez, o CSM é o autor da manobra", acusou o ex-primeiro-ministro numa conferência de imprensa que convocou para esta quarta feira num hotel na Ericeira.

Na última terça-feira, o CSM disse não a um pedido de Sócrates para nomear um novo coletivo que voltasse a apreciar o recurso à decisão instrutória do juiz Ivo Rosa. “O plenário (…) rejeitou a impugnação administrativa interposta por José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa por inadmissibilidade procedimental para impugnar”. Ou seja, para os conselheiros, Sócrates não tem legitimidade para impugnar a decisão do CSM que manteve o coletivo de juízas, apesar de duas delas terem sido transferidas antes de tomarem a decisão que recuperou grande parte dos crimes que constavam da acusação do MP.

Durante a conferência, Sócrates voltou a criticar a justiça portuguesa por ter imposto o juiz Carlos Alexandre como juiz de instrução na fase inicial do processo e por o acórdão do coletivo presidido por Raquel Lima - e que está no centro desta guerra com o CSM - ter feito uma “alteração substancial dos factos” ao corrigir um alegado lapso do MP que teria levado à prescrição dos crimes de corrupção (o MP acusou-o de corrupção para ato lícito, que já teriam prescrito e a Relação pronunciou-o por corrupção para ato ilícito, que tem uma data de prescrição mais alargada).

O acórdão tem de ser totalmente anulado devolvido de imediato ao Tribunal Central de Instrução Criminal”, disse ainda o advogado Pedro Delille, que defende Sócrates neste processo.