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Justiça

“A loja vendia propaganda soviética”: a defesa dos sete ucranianos no julgamento por incitamento ao ódio

Ouvidos pelo Tribunal Criminal de Braga, os sete ucranianos acusados de incitamento ao ódio, violência e discriminação, negam a versão do Ministério Público. A acusação mantém que, 10 dias após a invasão da Ucrânia, os sete concertaram uma ida a uma loja de produtos típicos de Leste, onde enxovalharam e ameaçaram de morte a proprietária russa. Os acusados atribuem culpas à queixosa e falam em “discussão acalorada”

KAI PFAFFENBACH

Ouvidos em tribunal, os sete ucranianos acusados de incitamento ao ódio, violência e discriminação contra outra imigrante russa, em Braga, negam a acusação. O julgamento começou no Tribunal Criminal da cidade com a audição isolada de dois arguidos na primeira sessão, mas o procurador requereu que fossem escutados em conjunto no início da segunda audição, que aconteceu esta quarta-feira. Os sete entraram na sala, tendo um deles, Andriy Prytula, sido chamado a prestar declarações. O homem de cerca de 60 anos, cabelo grisalho, preferiu falar em ucraniano, intercalando curtas respostas em português.

O juiz pediu-lhe que regressasse mentalmente a 6 de março de 2022, 10 dias após o começo da invasão da Ucrânia. “Passeava na Avenida Central, quando os colegas em frente da igreja ortodoxa me convidaram para ir comprar emblemas da Ucrânia à loja Troika”, relembrou. Seria esse o objetivo da ida dos sete à mercearia da imigrante russa Natalya Sverlova.