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Justiça

“A propaganda deve arder no inferno”: começa o julgamento de sete ucranianos por incitamento ao ódio e discriminação

Os primeiros a serem ouvidos no Tribunal Judicial de Braga durante a primeira sessão do julgamento dos sete ucranianos residentes em Portugal, acusados de incitamento ao ódio, violência e discriminação, negaram a alegação de terem concertado uma ida ao comércio de uma imigrante russa para a ameaçarem e insultarem violentamente dias após a invasão à Ucrânia. Evocaram-se argumentos de política internacional durante a audição

David Talukdar/Guetty Images

O Expresso acedeu ao despacho do Ministério Público que acusa sete ucranianos de incitamento ao ódio e discriminação, alegando que uma semana após a invasão da Federação Russa à Ucrânia, os arguidos concertaram uma ida à loja Troika para ameaçarem a lojista Natalya Sverlova, imigrante russa em Braga desde 2001 e proprietária do estabelecimento desde 2010. A pequena mercearia vende uma ampla variedade de produtos de Leste, com logotipos e símbolos patrióticos de países sob a alçada das extintas repúblicas da Cortina de Ferro e da URSS estampados em pechisbeques, inclusive do regime soviético.

“Não achamos bem, que os símbolos ucranianos e russos sejam expostos em conjunto e misturados”, justifica Yuri Petrko, o primeiro a ser chamado pelo tribunal, quando questionado pelo juiz sobre por que motivo foi o grupo à loja Troika, onde bandeiras da URSS e de ex-repúblicas comunistas estão coladas na parede. Segundo a acusação, para se ‘vingarem’ da invasão militar iniciada a 24 de fevereiro, os ucranianos entraram no estabelecimento e insultaram brutalmente a lojista, com recurso a vocábulos xenófobos e vernáculos sexuais.