A Polícia Judiciária falou com os pais de Madeleine McCann “apenas” para lhes transmitir o “ponto de situação” do caso da criança que desapareceu na Praia da Luz, no Algarve, em maio de 2007.
O comunicado da PJ desta segunda-feira surge no mesmo dia de uma notícia na BBC que dava conta que aquela polícia tinha pedido desculpas a Gerry e a Kate McCann.
De acordo com a estação televisiva britânica, “uma delegação de oficiais superiores viajou de Lisboa para Londres no início deste ano”, “encontraram-se com Gerry McCann, o pai de Madeleine, e pediram desculpa pela forma como os detetives investigaram o caso e trataram a família”.
A PJ esclarece que o caso não está encerrado e que “continuam a ser desenvolvidas diligências, visando o cabal esclarecimento da situação”.
Segundo a Judiciária, “em estreita articulação com as Autoridades Alemãs (BKA) e inglesas (Metropolitan Police), tem vindo a ser realizados atos formais de investigação e de perícias, em Portugal e no estrangeiro, bem como partilhada informação e revisitados depoimentos”.
Suspeito da morte de Maddie está preso
Christian Brückner cumpre uma pena de prisão de sete anos na Alemanha, a que foi condenado no final de 2019 por uma violação cometida em Portugal em 2005 a uma norte-americana de 72 anos. Brückner soma ainda várias condenações anteriores, inclusive por abuso sexual de crianças. As autoridades germânicas têm fortes suspeitas de que Brückner é o homicida da criança britânica durante a sua estadia em Portugal em 2007.
No final do ano passado, o mesmo MP de Braunschweig avançou com três acusações de violação agravada contra adultos e duas por abuso sexual de crianças que o alemão terá cometido em Portugal, entre 28 de dezembro de 2000 e 11 de junho de 2017. Nenhuma delas relacionada com o caso de Maddie.
Em abril de 2022, o Ministério Público de Faro a constituiu Christian Brückner arguido para evitar a prescrição do crime em Portugal, que ocorreria a 3 de maio de 2022, 15 anos depois do desaparecimento de Madeleine McCann. Segundo uma fonte judicial, tanto a PJ como o MP entendem haver indícios suficientes para continuar a investigar o cidadão alemão: estava nas imediações da Praia da Luz no dia em que a criança britânica desapareceu e terá confessado a um amigo que era o responsável pelo crime.