Justiça

Cravinho repudia "de forma veemente" denúncias de acusado da Operação Tempestade Perfeita. Costa remete para ministro

Ministro considera acusações de Paulo Branco “pouco credíveis” e reafirma “com total transparência” não ter autorizado o contrato fantasma ao ex-secretário de Estado da Defesa Marco Capitão Ferreira. O primeiro-ministro remete para o comunicado de Cravinho

Ex-ministro da Defesa e atual MNE, Cravinho vai ter de dar explicações sobre casos que envolvem Marco Capitão Ferreira
FILIPE AMORIM/LUSA

O ministro dos Negócios Estrangeiros reagiu esta manhã à manchete do Expresso. João Gomes Cravinho repudia “de forma veemente e inequívoca” a acusação feita pelo arguido Paulo Branco, ex-alto dirigente do Ministério da Defesa, considerando-a “pouco” credível.

Partilho e reafirmo com total transparência as respostas enviadas” ao Expresso, “e que retomam declarações públicas minhas sobre a matéria”, escreveu num curto comunicado. Entretanto, em Malta, onde se encontram para a cimeira dos países do Sul da Europa, ministro e primeiro-ministro foram questionados sobre este caso, com António Costa a remeter quaisquer esclarecimentos para o comunicado do ministro.

Cravinho também remeteu para o comunicado e mantem que tem condições para continuar no Governo. “As condições são exatamente as mesas que eram antes de acontecer uma manchete num jornal”, disse o ministro, “Repudio inteiramente aquilo que é sugerido pelo Expresso”, insistiu Cravinho, para quem as declarações de Paulo Branco são “insinuações” que não deve comentar.

“A tramitação judicial deve acontecer de forma tranquila e serena”, acrescentou o ministro, voltando a remeter para as declarações que já fez no Parlamento sobre as investigações no âmbito da Tempestade Perfeita: “Sei aquilo que fiz e disse, Reitero o que disse em vários momentos públicos.”

Esta sexta-feira, o Expresso revelou que o ministro dos Negócios Estrangeiros e ex-ministro da Defesa, foi acusado por Paulo Branco, um ex-membro do seu antigo ministério, de ter “acertado contas” com Marco Capitão Ferreira através de um contrato fabricado. Cravinho negou no mesmo artigo que este contrato fosse uma contrapartida pelo trabalho de Capitão numa “comissão-fantasma” que colaborou com o seu gabinete.

O depoimento de Paulo Branco, a que o Expresso teve acesso, foi realizado no final de julho a uma procuradora do Ministério Público que investiga a Tempestade Perfeita.

Cravinho enviou um depoimento por escrito ao MP, na qualidade de testemunha, tal como também avançou o Expresso em primeira mão.

O caso tem 73 acusados, entre eles altos dirigentes do Ministério da Defesa. São suspeitos dos crimes de corrupção e de branqueamento de capitais.