Oito anos depois de agitar o mundo do futebol, Rui Pinto prepara-se para conhecer a sentença do julgamento que nos últimos três anos o levou várias vezes ao Campus de Justiça, em Lisboa, a partir da casa onde vive sob proteção policial, em morada secreta.
Foi em 2015, entre canecas de cerveja em Praga, que Rui Pinto e um grupo de amigos decidiram atacar os negócios do futebol. Em agosto daquele ano, já regressado a Budapeste, Rui Pinto pôs “mãos à obra”, como contaria em tribunal durante o julgamento, deixando também uma garantia: “O ataque inicial não foi perpetrado por mim.” O objetivo era denunciar o lado obscuro do futebol. “Olhava-se para os relatórios e contas dos três grandes e via-se como o dinheiro desaparecia”, testemunhou em tribunal em outubro do ano passado. E admitiu a existência de “acessos ilegítimos”, para obter o vasto acervo de ficheiros que, pouco depois, surgiram no blogue Football Leaks.