O co-fundador da Altice Armando Pereira ficou detido na quinta-feira à noite depois das buscas à sua casa, em Vieira do Minho, no distrito de Braga.
Está no estabelecimento prisional anexo à Polícia Judiciária, em Lisboa, e vai comparecer no sábado perante juiz para primeiro interrogatório, devido à greve desta sexta-feira dos oficiais de justiça.
"As suspeitas que levaram à realização das diligências indiciam a viciação do processo decisório do Grupo Altice, em sede de contratação, com práticas lesivas das próprias empresas daquele grupo e da concorrência. Esses factos são suscetíveis de constituir crimes de corrupção privada, na forma ativa e passiva", refere uma nota divulgada pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP).
A agência Lusa refere a existência de outros dois detidos, citando fonte judicial, que também vão ser sujeitos a primeiro interrogatório no sábado.
A Altice foi esta quinta-feira alvo de buscas por suspeitas de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais. A casa de Armando Pereira foi um dos locais visitados pelas autoridades.
As autoridades procuravam documentos e outras provas que confirmem as suspeitas relacionadas com um esquema fraudulento, que terá lesado a Altice em vários milhões de euros.
Ao que a SIC apurou, podem estar em causa ganhos ilícitos superiores a 250 milhões de euros.
A investigação acredita que com a ajuda de terceiros, Armando Pereira, cofundador da dona da MEO e um dos homens mais ricos de França, terá simulado negócios imobiliários e ocultado proveitos na alienação de património, incluindo imóveis da antiga PT.
Um dos negócios agora investigados envolve a venda de quatro prédios na capital por 15 milhões de euros, mas as autoridades acreditam que são apenas a ponta do iceberg.
A antiga sede da PT, agora Altice, no coração de Lisboa, onde esteve o procurador Rosário Teixeira e ainda a casa onde vive o braço direito do líder da empresa Hernâni Vaz Antunes, também foi alvo de buscas.
No terreno, estiveram mais de 100 agentes da PSP e quase 50 viaturas, segundo o Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), que confirmou dezenas de diligências em várias regiões do país.
Notícia atualizada, com informação fornecida pela agência Lusa, às 14h55