David Justino, vice-presidente do PSD, considera que António Costa tem feito uma "sobreocupação do espaço mediático" durante esta crise de saúde pública, confundido o culto da personalidade com as respostas que devem ser prestadas ao país.
No programa “Almoços Grátis”, da TSF, o número dois de Rui Rio fez questão de assinalar que se revia, no essencial, nas medidas adotadas pelo Governo, mas criticou a postura assumida por António Costa. "Nas últimas duas semanas, o primeiro-ministro deu sete entrevistas, mais três conferências de imprensa, avisou os jornalistas que ia às compras e foi à RTP assistir à primeira sala de aula", observou David Justino.Para o dirigente social-democrata, exigia-se “ponderação”. "Quanto mais se fala menos vale. Quando se fala bem e na altura adequada, impacto é maior”.
Críticas duras que surgem no mesmo dia em que foi revelada uma carta enviada por Rui Rio aos militantes sociais-democratas onde o líder do PSD defende que este não é o momento de criar “instabilidade” ao Governo e elogia o comportamento da “maioria dos militantes” do partido que têm sabido estar acima das tricas político-partidárias. Não o fazer, defendeu Rio, não seria “patriótico”.
Esta mensagem do líder social-democrata foi e está a ser interpretada como um apelo de Rio para que os militantes do PSD não critiquem o Governo, ainda que Rui Rio nunca utilize a expressão ‘criticar’ - o próprio já criticou abertamente o Executivo socialista na decisão de permitir a libertação de alguns reclusos.
Na TSF, David Justino fez questão de separar as águas. “[Não estou a criticar as medidas do Governo. Aquilo que não me importo de não ser patriótico é denunciar esta sobreocupação do espaço mediático por parte do primeiro-ministro. A crítica não é ao Governo mas ao primeiro-ministro e acho que estou a ser patriótico", disse.
No Twitter, o mesmo David Justino partilhou a notícia da TSF acrescentado ainda o seguinte: “Claro que sou um patriota, mas não abdico do escrutínio democrático, nem Rui Rio Gostaria que eu o fizesse”.