Rui Rio escreveu aos militantes do PSD a justificar a sua estratégia de colaboração com o Governo durante a pandemia de covid-19 e pedindo-lhes que resistam "à tentação de agravar os ataques aos governos em funções".
Na carta, divulgada pela Rádio Renascença, Rio defende que o aproveitamento partidário de uma situação como a que o país está a viver "não é, neste momento, uma postura eticamente correta", nem "uma posição patriótica".
"Dada a gravidada da situação - seja na vertente da saúde pública, da economia ou nos aspetos de ordem social que dentro em breve se irão agravar - temos todos de estar unidos e solidários, de molde a que o nosso país consiga enfrentar este combate com o menor número de vítimas e o menor desconforto possível", lê-se na carta de Rio.
Lamentando que "na vida política nem sempre essa união contra o inimigo comum aconteça", o líder do PSD aponta o dedo e demarca-se dos que "não resistem à tentação de agravar os ataques aos governos em funções, aproveitando-se partidariamente das fragilidades que a gestão de uma tão complexa realidade sempre acarreta".
Na sua opinião, "o que as pessoas querem (e bem!) é eliminar o virus o mais depressa possível, dispensando uma instabilidade política que só dificulta o que já de si não é fácil de resolver".
Disposto a colaborar com o Governo e com o Presidente da República no combate à crise e satisfeito com os ecos que diz estar a receber do partido e segundo os quais a maioria dos militantes tem apoiado e assumido essa mesma postura, Rio fala dos tempos difíceis que se avizinham depois da paragem económica forçada e sublinha que o PSD disse sempre "presente" nas graves crises que o país enfrentou no passado.
Portugal, conclui o líder do maior partido da oposição, pode continuar a contar com o PSD “para o servir da forma séria e capaz”.