Ciência

Vestígios de ADN descobertos no fóssil de uma tartaruga com seis milhões de anos

O fóssil da tartaruga, descoberto do Panamá, possui a carapaça quase completa

Escavações na costa do Panamá, em 2015, que permitiram recuperar o fóssil da tartaruga
Carlos de Gracia

Fragmentos de material genético foram descobertos numa tartaruga com seis milhões de anos. Esta é uma rara descoberta em seres vivos vertebrados, afirmaram os investigadores à agência Reuters.

Foi nos osteócitos, células localizadas nos ossos, que estavam preservados os resquícios de ADN, a molécula responsável por transportar toda a informação genética. A tartaruga, que deveria ter cerca de 30 cm de comprimento, foi descoberta da costa caribenha do Panamá em 2015.

A tartaruga, que pertence ao género (uma unidade de classificação científica que agrupa um conjunto de espécies de seres vivos) lepidochelys, é um antepassado antigo que pode agora ajudar a compreender a evolução deste género de tartarugas. Devido ao estado em que se econtra, foi impossível identificar a espécie em concreto.

“Quero realçar que nós não extraímos ADN, fomos apenas capazes de reconhecer a presença de vestígios de ADN no núcleo [da célula]”, explicou Edwin Cadena, autor principal do estudo publicado Journal of Vertebrate Paleontology (“Jornal de Paleontologia dos Vertebrados”).

“Se calhar, no futuro e com mais estudos deste género, podemos conseguir num determinado momento sequenciar pequenos pedaços de ADN e inferir informação sobre os seus parentes mais próximos ou desenvolver essa informação em estudos evolutivos moleculares mais amplos”, afirmou Edwin Cadena.

Os únicos vertebrados fósseis encontrados mais antigos do que esta tartaruga são dois dinossauros - um tiranossauro, com cerca de 66 milhões de anos, e um brachylophosaurus, espécie de dinossauro herbívoro, com aproximadamente 78 milhões de anos.