A União Astronómica Internacional (IAU) atribuiu o nome do astrónomo português Pedro Machado ao asteroide 32599. De ora em diante, o asteroide passa a ser conhecido como 32599 Pedromachado, em homenagem ao investigador do Instituto de Astrofísica (IA) e professor da Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa.
“Foi uma surpresa preparada por um conjunto de colegas de vários países que propuseram o meu nome para o asteroide, e mantiveram o sigilo, até para evitar que se soubesse, caso a IAU não aceitasse o nome”, explica Pedro Machado ao Expresso.
O nome de Pedro Machado foi escolhido, mas o próprio Pedro Machado, que tem vindo a desenvolver vários estudos sobre as atmosferas de Marte, Vénus e exoplanetas, confessa que nunca trabalhou com este asteroide. De resto, não é obrigatório que haja uma relação no passado entre o corpo celeste escolhido e a pessoa homenageada.
“É um asteroide que pode ser encontrado na cintura de asteroides, entre Marte e Júpiter. Tem três quilómetros de diâmetro, parece um osso de um cão, e é escuro e muito feio. Sai ao pai”, diz Pedro Machado, em tom de brincadeira em que se compara ao novo corpo celeste que passou a ter o seu nome.
As candidaturas para nomes de asteroides abundam, mas estão longe de serem garantidas, pois têm de passar pela seleção do Grupo de Trabalho para a Nomenclatura de Pequenos Corpos da IAU.
O anúncio do novo batismo do curioso asteroide surgiu na Conferência de Asteroides, Cometas e Meteoros, que decorreu em Flagstaff, no Arizona, nos Estados Unidos, informa o Instituto de Astrofísica.
Originalmente, o asteroide era conhecido como 2001 QL160, incluindo a referência ao ano em que foi descoberto. Depois de se conhecer a trajetória da órbita que perfaz em torno do Sol passou a ser conhecido como 32599. E agora assume terceira denominação com 32599 Pedromachado.
Pedro Machado torna-se assim o terceiro português homenageado com atribuição do nome a asteroides. Nuno Peixinho investigador do IA e Universidade de Coimbra e Pedro Lacerda, do Instituto Pedro Nunes e IA, têm hoje os nomes nos asteroides 40210 Peixinho e 10694 Lacerda, respetivamente.
“Não sou o primeiro português a dar o nome a um asteroide; mas sou o primeiro açoriano!”, conclui o investigador.